sábado, 9 de abril de 2016

MAIS UMA VITÓRIA




CONTRA A ACADÉMICA DE EDUARDO SIMÕES
Jiménez marcou o golo da vitória do Benfica em Coimbra

O Benfica venceu em Coimbra contra a ainda denominada Associação Académica de Coimbra, que de académica já nada tem, salvo a cor das camisolas. Hoje, ou melhor, desde há uns anos que se trata de uma equipa de Eduardo Simões e seus amigos. É pena que aquela que durante tantas e tantas décadas foi a “Briosa” seja hoje uma equipa sem ligação aos estudantes de Coimbra (antigos e actuais) e à cidade. Essa descaracterização da Académica custar-lhe-á muito provavelmente a sobrevivência. Logo se verá, mais cedo do que tarde….

O jogo desta tarde, em Coimbra, foi um jogo muito difícil para o Benfica. Não apenas por o Benfica vir de um jogo muito desgastante, a meio da semana, na Alemanha, contra o Bayern de Munique, mas principalmente por desde muito cedo se ter percebido que iria ser um jogo susceptível de causar uma enorme fadiga mental.

E foi o que aconteceu. A académica apresentou-se contra o Benfica com um dispositivo táctico que esta época não tinha adoptado contra qualquer outra equipa. Nem contra o Benfica, na Luz, nem contra o Sporting, em Alvalade, num tempo em que a sua permanência na primeira liga já estava tão comprometida como está hoje e, muito menos, contra o Porto, para citar apenas aqueles que são os seus mais fortes adversários.

Qualquer observador atento percebe duas coisas que se passaram no jogo. A primeira é a de que a Académica não se remeteu à defesa com onze jogadores por se ter apanhado a ganhar bem cedo. Não, a Académica remeteu-se à defesa porque era essa a sua estratégia para o jogo desta tarde. Fê-lo antes de estar a ganhar, depois de estar a ganhar e enquanto esteve empatada, ou seja, até ao 85.º minuto de jogo. A segunda, é que desde muito cedo se percebeu também que a Académica estava muito mais interessada em tirar pontos ao Benfica do que em fazê-los! Esta a razão por que somente contra o Benfica jogou desta maneira.

Há qualquer coisa nas palavras do treinador da Académica, no final do jogo, que indiciam algo difícil de deslindar. Mas que houve algo, disso ninguém pode ter dúvidas.

Outra questão que importa ter em conta e que não pode ser tratada com sobranceria é a pressão que o Sporting está fazendo sobre a arbitragem. Nas pequenas coisas, tantas vezes importantes num jogo de futebol, foram hoje evidentes os efeitos dessa pressão.

Como aqui havíamos previsto, Capela, para não ser acusado de favorecer o Benfica, poderia cair na tentação de o prejudicar. Consciente ou inconscientemente fez isso. Foram assinaladas faltas atacantes a Mitroglou, a Jardel e a Samaris que nunca existiram. Os jogadores da Académica pareciam que tinham instruções (e é muito provável que elas não fossem do treinador) para se deitarem por terra ao menor contacto. Fizeram-no várias vezes e sempre Capela lhes concedeu a falta, salvo numa queda vergonhosa de Marinho na área do Benfica por inexistente contacto de Eliseu.

Daqui pode também ficar uma lição para os árbitros. Apitem correctamente e com imparcialidade, porque, mesmo que inconscientemente acabem por prejudicar o Benfica, irão sempre ser atacados pelo Sporting, se o Benfica ganhar.

Quanto ao jogo, propriamente dito, para além do erro de Eliseu, erro grave, de que resultou o golo da Académica na única vez a bola foi à baliza do Benfica, e do permanente anti-jogo da Académica, a conclusão que dele se pode tirar é que o Benfica vai ter, pelo menos, mais dois jogos como este, ambos em casa, contra o Setúbal e contra o Guimarães.

Embora estas duas equipas estejam numa situação muito diferente da Académica na tabela classificativa, é certo que irão defrontar o Benfica utilizando um esquema táctico idêntico ao que a Académica hoje pôs em prática. E pelas mesmas razões…

Poderia o Benfica ter jogado em Coimbra de outra forma por logo desde o início se ter percebido qual iria ser a estratégia da Académica? Com todo o respeito por Rui Vitória, achamos que sim. Concretizando: o Benfica poderia ter experimentado no primeiro tempo algumas jogadas individuais de penetração na área da Académica, principalmente pelo seu jogador fisicamente mais forte: Renato Sanches, por desde muito cedo se ter percebido que as iniciativas individuais ajudariam a desposicionar a Académica. E poderia também ter tentado no primeiro tempo o jogo vertical através de lançamentos de Ederson para assim tirar vantagem das “segundas bolas”. Contra, apenas o risco de o árbitro poder paralisar todas essas jogadas por serem obviamente jogadas de choque. Mesmo assim, valeria a pena ter tentado.

Para terminar, uma palavra de muito apreço para Jiménez que, tendo entrado muito em cima do termo do jogo, teve a clarividência necessária para o resolver.

E assim, para a história, fica o resultado desta tarde: Académica 1- Benfica 2; golos de Pedro Nuno, Mitroglou e Jiménez.

Como disse Vieira: ”Há que ganhar dentro do campo e resistir fora dele”, tanto mais que, pelas palavras do “Padrinho”, já se percebeu que não será por esse lado que o Sporting vai perder pontos…

2 comentários:

RMC disse...

Subscrevo palavra por palavra.
Muito interessante o que referiu sobre o que RV poderia ter pedido à equipa ainda na primeira parte. Estava a ver o jogo e a pensar exactamente o mesmo.

FranciscoB disse...

Mais um Excelente Post!

Qt à sugestão estratégica para a 1ª parte, a verdade é q o Benfica teve 4 ou 5 oportunidades (não concretizadas) para resolver o jogo.