O QUE FAZ FALTA…
Chega a ser ridículo a importância que a imprensa e as televisões deram àqueles “chega para lá” a que se assistiu durante breves segundos, no final do jogo da Luz, entre o Benfica e o Nacional.
Ninguém sabe como tudo começou, nem procura saber. Isso não interessa. Para a comunicação social o que interessa é o que possa aparecer como insólito, por mais insólito que seja a criação de um facto onde nada de relevante existiu.
Contrariamente ao que já tinha acontecido noutras deslocações do Nacional a Lisboa – tanto na Luz como em Alvalade – desta vez o jogo decorreu sem incidentes. Nem os jogadores do Nacional foram violentos, como aconteceu o ano passado, nem os jogadores do Benfica se envolveram em qualquer espécie de quezílias.
Depois de um grande jogo, de um grande espectáculo de futebol, que o Benfica ganhou com grande brilho e uma grande exibição, pesem embora as facilidades defensivas que concedeu na parte final do jogo – e que o Nacional soube aproveitar muito bem -, não mais se falou do jogo na maior parte da comunicação social, mas apenas e só de uma suposta “agressão” que ninguém viu, e que nenhum dos intervenientes confirma, do treinador do Benfica a um jogador do Nacional.
Ridículo! A RTP logo secundarizou o jogo, omitiu as condições em que foi marcado o penalty a favor do Porto contra o Beira-Mar, e passou a criar (a tentar criar) um facto onde nada de relevante existiu. O Record e o super intriguista Rui Santos logo falaram em “agressão” e em “facto muito grave”, transformando a dita ocorrência na notícia do jogo.
E, todavia, a grande ocorrência do Campeonato é que o Porto já leva três vitórias por 1-0, obtidas na marcação de outros tantos penalties marcados em condições mais que duvidosas. E o Benfica leva outras tantas derrotas, pela diferença mínima, em jogos em que ficaram por marcar quatro grandes penalidades que, no mínimo, lhe poderiam ter permitido empatar dois jogos que perdeu e ganhar outro.
E depois…é só fazer as contas! Esta a grande ocorrência.
A pequena ocorrência é resulta de uns vulgares empurrões entre Jesus e um jogador do Nacional. Empurrões recíprocos que ninguém, pelas televisões, viu como começaram nem porquê. Empurrões e nada mais, como os próprios intervenientes confirmam.
Pode não ser uma actuação bonita e certamente não é, mas só por grande hipocrisia se pode fazer do que se viu um caso do futebol português!
Entretanto, o treinador do Porto na sua ubíqua qualidade de técnico, adepto e super-dragão já veio criticar Jesus, em mais uma prova da sua inestimável solidariedade.
Não era preciso esta crítica para se perceber, embora agora fique claro para os que então não viram, que os elogios a Jesus depois do jogo no Porto, eram elogios à sua própria pessoa. Elogiando Jesus, elogiava-se a si próprio. Já os de Pinto da Costa obedeciam a dois propósitos: o primeiro desestabilizar e dividir o Benfica, como foi dito; o segundo, marcar terreno para uma futura substituição de Villas Boas. Foi talvez por ter percebido isto, que o super-dragão das Antas hoje atacou.
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