SURPRESAS NÃO SURPREENDENTES
Constava com muita insistência na imprensa nacional e internacional que os principais prémios da FIFA iam para Vicente Del Bosque e Iniesta ou Xavi. De fora ficariam Mourinho e Leonel Messi.
E a convicção era tanta que até os principais excluídos estavam convencidos de que não seriam premiados.
Não aconteceu assim. Mourinho foi muito justamente considerado o melhor treinador do ano, já que o seu feito só foi superado pelo de Guardiola num ano em que os treinadores não eram galardoados por aquela organização.
Tendo ganho a Taça de Itália, o Campeonato Italiano e a Liga dos Campeões, Mourinho estava na primeira fila para receber o prémio, por muito que se conteste o seu estilo, o seu contributo para o futebol em geral e inclusive o seu futebol.
Vicente del Bosque ganhou o Campeonato do Mundo, como antes já tinha ganho grandes títulos no Real Madrid, entre os quais a Liga dos Campeões, mas a vitória numa prova relativamente curta, por mais importante e espectacular que seja, como é um Campeonato do mundo, não pode comparar-se à vitória em três provas, de grande prestígio e de grande dificuldade. Se nenhum treinador concorrente tivesse reunido em si vários títulos, seria normal a atribuição a Del Bosque. Com três títulos, Mourinho dificilmente poderia ser excluído.
Guardiola, apesar de ter ganho a Liga espanhola e de treinar a equipa que melhor e mais espectacular futebol pratica, além de ela própria ser indiscutivelmente a melhor equipa de futebol do mundo, não poderia vencer Mourinho por ter perdido no confronto directo com o treinador português a eliminatória das meias-finais da Liga dos Campeões.
Quanto ao melhor jogador do mundo, ninguém tem dúvidas de que é Messi. Como Messi não ganhou com a Argentina o Campeonato do Mundo, admitia-se que um dos seus dois mais dotados companheiros do Barcelona, campeões do mundo, pudesse este ano ser premiado. Não apenas para premiar o mérito individual, mas também a vitória espanhola e a “cantera” do Barcelona.
Não foi esse, porém, o critério que prevaleceu entre os votantes e apesar da simpatia generalizada de que desfrutam tanto Iniesta como Xavi tem de considerar-se que o prémio atribuído a Messi premeia o melhor jogador do mundo, porventura aquele que virá a ser considerado o melhor jogador de todos os tempos!
Daí que as “surpresas” de hoje à tarde não sejam surpreendentes…
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