quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A DECEPÇÃO ESPANHOLA





E LOGO DOIS ESTRANGEIROS...

De uma maneira geral os países europeus são muito chauvinistas, uns porque são novos, com independências recentes, outros porque são velhos, mas com fronteiras contestadas.
Dificilmente se encontra um país mais arrogante e mais nacionalista do que a Espanha, muito fruto da herança imperial de Castela e das múltiplas humilhações sofridas depois do “siglo d’oro”.
É no fundo essa atitude que justifica o grande azedume com que a imprensa espanhola, nomeadamente a de Madrid, acolheu a premiação de dois profissionais de futebol que trabalham em Espanha…mas são estrangeiros.
Tudo isto, porque tinham por certo que Vicente del Bosque seria o escolhido como melhor treinador, aliás uma excelente pessoa, humilhado pelo Real Madrid aqui há uns anos, apesar de o clube madrileno tanto lhe dever, e que um dos dois grandes jogadores do Barcelona, Iniesta ou Xavi, seria o escolhido como melhor jogador.
A imprensa de Madrid, que apoia claramente o Real Madrid e mantém uma viva rivalidade com o Barcelona, sentiu como se de um jogador do Real se tratasse a preterição de ambos por Messi, igualmente do Barça, mas argentino.
E nem o facto de Mourinho treinar o RM constituiu motivo suficiente para olvidar a afronta que a preterição de del Bosque ou até de Guardiola constituíram.
A Marca titulava em primeira página especial: Dois vencedores (Mourinho e Messi) e um anti-espanhol (Joseph Blatter), o suíço que a Espanha inteira ostraciza por “repetidamente” a querer humilhar!
Onde é que está essa repetida humilhação? Na escolha da Rússia para sede do Mundial de 2018 e na decisão de ontem….com a qual Blatter, teoricamente, nada teve a ver.

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