UMA FESTA EM BARCELOS
Disputa-se amanhã a quinta final da Taça da Liga. Criada por Hermínio Loureiro, aquando da sua passagem pela presidência da Liga, a Taça da Liga não é uma competição que entusiasme por ai além os grandes clubes português, salvo quando já perderam tudo e procuram com esta vitória compensar os adeptos da frustração de uma época.
Como cá dentro quem tem somado mais vitórias é o Porto, a Taça da Liga tem servido fundamentalmente ao Benfica e ao Sporting como triste compensação das derrotas sofridas nas provas mais importantes. Ao Sporting para somar às suas habituais frustrações a frustração de nem a Taça da Liga conseguir ganhar e ao Benfica para dar aos adeptos um pequeno consolo mas somente quando o adversário é o FC Porto.
Apesar de a Taça da Liga estar desenhada de modo a favorecer a ida à final de duas equipas grandes, a verdade é que isso só aconteceu em metade das suas edições, ou seja, em duas. O Benfica foi uma vez à final com o Sporting, outra com o Porto, Das três vezes que foi à final ganhou sempre e o Sporting das duas que lá chegou perdeu sempre.
Do ponto de vista dos clubes pequenos, a situação, porém, é completamente diferente. Sendo-lhes impossível ganhar o campeonato e dificílimo conquistar a Taça de Portugal, a vitória na Taça da Liga, como título nacional que é, reveste-se de particular simbolismo e dará certamente lugar a grandes manifestações de alegria.
É a única competição que está ao seu alcance, embora o seu calendário, se tivesse sido traçado com honestidade, devesse apontar para uma final entre os fins de Fevereiro e princípios de Março, ou seja, no período em que a luta é mais intensa nas várias frentes em que os grandes estão envolvidos. Mas como o objectivo de quem a idealizou era outro, a final acaba por ter lugar praticamente no fim da época, quando já está tudo resolvido, ou quase, com o tem sido o caso.
Por todas estas razões, e porque o Gil Vicente tem feito uma grande época – empatou com o Benfica e venceu o Porto e o Sporting para o Campeonato, além de ter eliminado o Braga nesta prova - seria muito interessante que o clube de Barcelos ganhasse a final.
O Gil Vicente tem um futebol bonito, desceu de divisão em condições pouco claras (que, em igualdade de circunstâncias, nunca valeriam para os grandes) e seria, além do mais, uma grande festa em Barcelos, que rivaliza com Braga…tanto quanto pode.
Para o Benfica, pelo contrário, a vitória seria quase uma humilhação – a confirmação de que somente aos pequenos consegue ganhar. Se perder, a derrota dará mais sentido às derrotas anteriores e fará do actual percurso da equipa uma regra sem excepções.
Por todas estas razões, força Gil Vicente, queremos festa em Barcelos!
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