PJ SUSPEITA DE ARMADILHA
Desde ontem que corre com grande insistência nos jornais e nas televisões, depois de o assunto ter sido trazido para a ribalta pelo Diário de Notícias, a notícia de que, num banco da Madeira, tinham sido depositados dois mil euros na conta do árbitro assistente, José Cardinal, designado para o jogo Sporting-Marítimo para a Taça de Portugal, em Dezembro de 2011. Em consequência do conhecimento que o Sporting teve do facto, ao que se diz por carta anónima, e de dele ter dado conhecimento à Federação Portuguesa de Futebol, a Comissão de Arbitragem substituiu o referido árbitro e a Federação entregou o caso às entidades policiais competentes.
Depois de feitas as investigações devidas e visionadas as imagens do depósito, há a séria suspeita (isto é: sabe-se) que uma pessoa com ligações à empresa (Primus Lex) do vice-presidente do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão (ex-agente da Judiciária), entretanto constituído arguido, terá feito o referido depósito. A polícia fez buscas na casa e na firma de Pereira Cristóvão e na SAD do Sporting. Falta ainda dizer - e isso não vem nas notícias - que nesse jogo o Sporting foi altamente beneficiado por erros de arbitragem.
Palavras para quê? Apesar de as imagens, segundo se diz, não deixarem margem para dúvidas, o mais provável é que este caso, como tantos outros, não dê em nada. A justiça portuguesa, mesmo quando o animal tem penas de pato, bico de pato, asas de pato, patas de pato e não é um pato é absolutamente incapaz de concluir que se trata de uma pata…sem ter uma prova científica, acompanhada de fotografia, de um competente ginecologista em palmípedes que ateste o género e a identidade do animal. Ou seja, recusando-se a justiça a concluir que dois mais dois são quatro jamais haverá condenações por corrupção no futebol português.
De facto, a referida armadilha de que a PJ suspeita tanto poderia ter em vista “matar dois coelhos com uma cajadada” – afastar um árbitro que não convinha para ser escolhido um que convinha – como servir de justificação às múltiplas atoardas sobre arbitragem prodigalizadas pelo Sporting desde o início da época.
Como aqui se tem dito, e isso pode ser provado jogo por jogo, o Sporting, nas quatro competições em que participou, é o clube português mais favorecido pela arbitragem. Como, porém, os sportinguistas não aceitam que as regras do jogo lhes sejam aplicadas – entendem que se a equipa cometer duas faltas consecutivas para grande penalidade nenhuma deverá ser marcada, ou, quando muito, apenas uma; que as faltas para penalty no primeiro minuto de jogo não devem ser assinaladas; que os fora de jogo com menos de meio metro não constituem impedimento – e simultaneamente exigem um rigor extremo na sua aplicação em tudo quanto os possa favorecer, é natural que tenham sobre o futebol um discurso sectário e frequentemente desonesto que apenas tem como efeito, como já se viu, favorecer a violência entre os adeptos e a instabilidade permanente dos árbitros, sempre na esperança de que, muito pressionados, os possam favorecer. E é natural também que, quem assim proceda, se não iniba de ir mais além …
Claro que a propósito deste episódio a tecla que mais vai ser batida é de que nada está provado nem ninguém está condenado, mesmo sabendo-se que as imagens não mentem.
É, por isso, com alguma curiosidade que se espera saber (e ver) o que vão dizer os srs. Eduardo Barroso, Dias Ferreira e Oliveira e Costa, bem como os jornalistas desportivos da SIC e da TFS (Paulo Garcia, João Rosado, etc.) que actuam naquelas estações como se fossem órgãos do próprio clube.
De Barroso nem será preciso perguntar já que a naiveté com que pauta as suas actuações, a raiarem frequentemente a indigência mental, tudo se pode esperar, e dos outros dois que primam pela perfídia argumentativa e pela permanente distorção da evidência dos factos, já antecipadamente se sabe o que vão dizer. O que eles não vão certamente fazer é aquilo que a mais elementar dignidade imporia: demitirem-se e irem-se embora!
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