sexta-feira, 15 de abril de 2016

A ÚLTIMA INTERVENÇÃO DE JOÃO GOBERN NO TRIO DE ATAQUE




O QUE NÃO PODE SER DITO



Como é sabido, João Gobern faz trio, no domingo à noite, na RTP 3, com Miguel Guedes e Rui Oliveira e Costa, moderados por Hugo Gilberto.

Contextualizando: João Gobern tem o seu estilo, que se não discute nem comenta, do mesmo modo que os outros dois têm o seu. Acontece que são estilos muito diferentes, não obstante as repetidas vezes em que João Gobern tenta encontrar entre eles um certo denominador comum, baseado no fair play, no respeito pelo adversário e nalguma contenção verbal.

Como qualquer observador minimamente atento rapidamente concluirá, este denominador comum é algo que somente na imaginação de João Gobern poderá existir. Não passa de uma mistificação de quem inconscientemente confunde a realidade com a vontade de ver o que não existe. Admitimos que poderia ser esse o painel em que João Gobern gostaria de comentar. Poderia, mas não é.

João Gobern faz trio com um adepto portista que não faz uma única concessão por mínima que seja. Defende o seu clube com agressividade, deturpa se necessário for os factos em que apoia a sua argumentação e tem como alvo privilegiado da sua acção, concomitantemente com a defesa à outrance da acção de Pinto da Costa, o permanente ataque ao Benfica.  Todo o “glorioso passado” do FCP durante o consulado de Pinto da Costa é agressivamente escamoteado sem que jamais tivesse havido uma palavra de censura pelos múltiplos comportamentos lamentáveis e tantas vezes graves do FCP nestes últimos trinta anos.

Do lado do Sporting, embora com outro estilo, a situação não é melhor. João Gobern debate-se no programa com um adepto (auto) assumidamente anti-benfiquista para quem todos os quem os meios são válidos (validade subliminarmente justificada com o argumento de que todos os usam) desde que levem à vitória do Sporting. Ele é o exemplo acabado de adepto que entende que os jogos se ganham fora do campo e está disposto a tudo fazer para o conseguir.

É este o quadro em que João Gobern actua. Por mais lírica que seja a sua visão das coisas a realidade não muda a sua natureza por estar a ser observada com uns óculos cor-de-rosa.

É neste contexto que tem de ser interpretada a crítica que seguidamente faremos a algumas declarações de João Gobern prestadas no último programa. Críticas que não têm em vista condicionar inquisitorialmente a liberdade de opinião de João Gobern, mas apenas convocá-lo para uma reflexão que ele concluirá como entender.

Dito isto, não se compreende que João Gobern se tenha solidarizado com Pinto da Costa a propósito de uns alegados petardos lançados sobre a sua residência numa madrugada da última semana. De facto, quem garante a João Gobern que houve petardos. Há algum auto policial que o confirme? E, a terem existido, que sabe João Gobern sobre quem os lançou? Pinto da Costa e os adeptos do FCP têm um historial de violência que dispensa comentários. O que João Gobern deveria pura e simplesmente ter dito e que ele – e seguramente o seu clube – condenam todo e qualquer acto de violência, dos quais., aliás, já foram vitimas várias vezes. E quanto a Pinto da Costa apenas lhe competiria ter dito que quem semeia ventos, colhe tempestades.

O assunto, aliás, é mais grave do que parece, porque Pinto da Costa naquela entrevista tipo coreia do norte que um empregado do clube lhe fez, além de ter lançado uma mãozinha de solidariedade ao presidente do Sporting, insinuou que a mão que ergue os outdoors em Lisboa contra BC é a mesma que no Porto estende tarjas em frente à sua casa.

É bom que PC assim pense ou faça crer aos seus adeptos que assim pensa, porque enquanto continuar a trilhar esse caminho é certo e seguro que o fundo estará cada vez mais fundo.

Por outro lado, nenhum benfiquista que fala em público deve expressar a menor consternação pela situação em que o Porto se encontra. Deve retribuir ponto por ponto aquilo que os comentadores portistas fizeram ao Benfica no malfazejo ano em que ficou em sexto-lugar. É tempo, portanto, de João Gobern dizer a Guedes que espera que o Porto não desça ao quarto lugar ou mais abaixo para não ter de o ver substituído pelo adepto/comentador da equipa que ficar em terceiro lugar.

Depois, para atacar Octávio não é preciso elogiá-lo primeiramente. O papel de Octávio no Sporting foi exemplarmente caracterizado por Oliveira e Costa. Disse ele por estas ou outras palavras: formado na escola do guarda Abel, dos Reinaldos Teles, dos Guímaros e outros, Octávio veio para o Sporting para fazer o trabalho sujo. E acrescentou: se eu fosse presidente do Sporting, também o contrataria se o treinador mo pedisse.

É este o quadro em que actua João Gobern e é também este o quadro em que Octávio se move. Como jogador, quer no Setúbal, quer no Porto sempre foi assumidamente anti benfiquista. Como treinador adjunto do Porto, disse do Benfica o pior que se poderia ouvir. E a sua posterior divergência e hostilidade com Pinto da Costa nada tem a ver com a defesa de princípios, nem de ética, nem de honra nem de nada disso. É um puro caso de ciúmes de um tipo que se sente traído por aquele junto de quem tinha rastejado e que depois o dispensou, como quem deita fora um lenço usado, para o substituir pela estrela emergente do treino em Portugal.

Se João Gobern queria criticar – e muito bem – as vergonhosas palavras de Octávio sobre a nomeação de João Capela para o Académica – Benfica e, principalmente, sobre Renato Sanches – a estrela polar o Benfica – não precisava de o elogiar primeiro. É que não há nada, absolutamente nada, em Octávio que mereça elogio.

Finalmente, convido João Gobern a ver num bom ecrã as famosas quatro grandes penalidades que Capela “perdoou” ao Benfica num jogo da Taça de Portugal contra o Sporting para depois poder responder em consciência a essa falsidade tantas vezes repetida sobre o favorecimento do Benfica. Deixando-os repetidamente mentir, a mentira tende a tornar-se “verdade”. É essa a arte dos grandes demagogos.


4 comentários:

Anónimo disse...

Pois a mim, agrada-me ver programas de televisão onde gente como João Gobern discute com elevação. Onde um cavalheiro dá lições de elegância e classe aos carroceiros boçais de outros clubes. Onde se mostra qual é verdadeiramente o grande clube das elites e onde se mostra que um grande grosso de adeptos de outros cluebes apenas pertencem a oligarquias comerciais e miguelistas. A aristocracia de trato e de espírito está no Glorioso Benfica.

Seja Gobern, e outros, capaz de torcer pelo Futebol Clube do Porto frente ao Bayern, no Dragão, ou lamentar a sorte do Sporting frente aos alemães. Deixe Gobern o bairrismo e o sectarismo de barraca, bando e de claque para esses que mentalmente insistem em viver nas barracas. Seja Gobern capaz de ignorar provocações. Homem honrado não tem ouvidos. Responde ao que é argumento, que é futebol, ignore a desconversa e as campanhas de propaganda.

O meu clube não é abrigo de trogloditas. E, Gobern, ao não ser Inácio, ainda mais encrespa os inácios desta vida.

Aguenta Gobern, Carrega Benfica.

Ricardo Viana de Lima disse...

Nada do que está dito no comentário anterior é contestado no post. do que no post se fala é da solidariedade a Pinto da Costa (solidariedade? francamente); dos elogios a Octávio (é mal educado quem não elogia Octávio?); da compaixão pelo FCP (enfim, como se pode ter compaixão por quem tem um historial de (para ser brando)agressividade?).
Não se trata de advogar comportamentos semelhantes aos que os outros usam. Trata-se apenas de ter a coragem de dizer as coisas na hora certa. Só isso.

Sarilhos Grandes disse...

Caro anönimo, o comentàrio feito pelo autor deste 'blog' é propositado; podemos não ser trogloditas mas baixar as calças perante gente que é cega, que defende e defendeu batoteiros, trafulhas, manipuladores de opinião, gente que contratou e contrata malfeitores para baterem em jornalistas e em tudo o que tenta mostrar certas "verdades" de cuja origem o fcp nunca é totalmente alheio,( a pistola do assassinato de um dirigente, em pleno estàdio do dragão não apareceu...), e para enxovalhar sempre o mesmo... o Benfica; NUNCA OUVIR uma contrição sequer, da parte desses aliados tàcitos,( verdes e azuis...), NÃO REQUER MANEIRAS NEM CAVALHEIRISMO NENHUNS PARA COM ESTA CORJA TODA. Os proprios programadores sö contam com essas pessoas para "peixeiradas" que fazem audiência. Quando o Gobern se demitiu por ter festejado um golo do Benfica, ( penso que seria demitido na mesma...), HOUVE QUEM LARGASSE L0GRIMAS DE CROCODILO mas ninguém fez uma petição a pedir para ele ficar; todo o universo televisivo exprime a sua cor clubistica sem ser forçado a sair. O gobern tem a paga da sua atitude e outros hà que não se calariam tão fàcilmente. Você quer pactuar com gente desta e hà outros que não lhes dão concessão
nem são obriados a isso. Quanto a essa de haver trogloditas no Benfica, é perfeitamente natural : estamos em ¨Portugal !!! Pena é referir-se aos nossos trogloditas e nem uma palavra para os trogloditas dos outros...!!!

FranciscoB disse...

Excelente Post, como é habitual.

Qt ao assunto em apreço tb discordo do comentário anónimo - não podemos ser assertivos qd os outros o não são. Nem é necessário ser troglodita; há q manter a distância para 1 clube cuja direcção tem comprovadamente tido, ao logo de longos 35 anos comportamentos mafiosos susceptíveis de punição judicial.

Além disso o anónimo deve viver no céu - então é capaz de dizer, sem se rir, q "Seja Gobern, e outros, capaz de torcer pelo Futebol Clube do Porto frente ao Bayern, no Dragão, ou lamentar a sorte do Sporting frente aos alemães"... fale por si... desde q milhares de anti-benfiquistas saíram para a rua a festejar a derrota do Benfica na final c/ o PSV, fiquei vacinado...