DUAS NOTÍCIAS: UMA BOA E OUTRA MÁ
Quem ouve os comentadores do FCP fica com a certeza de que é
com Pinto da Costa à frente do destino do clube que eles acreditam na resolução
da crise. Não é apenas Miguel Guedes, cuja fidelidade ao “grande líder” nunca
esteve em causa, mas todos. Todos sem excepção.
Não admira que assim seja. Tendo alguns deles nascido ou
crescido na era Pinto da Costa, sem nunca terem conhecido a democracia no seio
do clube, sem nunca terem ouvido alguém ousar pôr em causa por pouco que fosse
os métodos, os processos, as decisões de Pinto da Costa, qualquer que fosse a
sua natureza, é natural que mentalidades formadas no convívio com o “guarda
Abel”, com Octávio, com Inácio, com Reinaldo Teles e tantos e tantos outros que
nem sequer adianta enumerar, capitaneados por Pinto da Costa, também hoje
tenham dificuldade em conceber um Porto sem Pinto da Costa e muito menos contra
Pinto da Costa.
O que se passa com eles e o que se passa com o FCP é o mesmo
que se passa com qualquer ditadura, quando o ditador envelhece e os tempos
mudam: a mudança nunca pode esperar-se do ditador e muito menos dos que lhe estão
próprios. Todos eles estão demasiado imbricados nas teias do poder para se
distanciarem, por pouco que seja, dos métodos antigos.
Eles são uma espécie de “Brigada do Reumático” que presta
vassalagem ao chefe, nas vésperas da catástrofe.
Acontece, todavia, que no caso do Porto, além dessa “Brigada
do Reumático” que semanalmente vai entoando loas ao “Chefe eterno”, há os que
estando mais próximos, se defrontam com os típicos fenómenos de poder em fim de
ciclo. Entre esses fenómenos de poder, o
negócio” é hoje no FCP um elemento determinante. A tal ponto determinante
que o “Chefe”, para manter os manter próximo de si, se viu obrigado a dividir o
poder por vários clãs, de modo a todos tentar satisfazer. Acontece que nenhum
dos que lá ficará está satisfeito com a repartição: o que cada um deles aspira é
herdar todo o poder e não reparti-lo.
Assim, as consequências da decadência estão à vista e são
irreversíveis.
Deste fenómeno de decadência resulta uma notícia má e outra boa.
A má é que ninguém pode contar com o Porto para tirar um
único ponto ao Sporting. Embora esta consequência não seja conjunturalmente
desaprovada pelo velho poder portista, a verdade é que ela acontecerá
independentemente dessa vontade. Acontece porque a equipa, depois das palavras
do presidente, já não tem condições anímicas para terminar o campeonato com um
mínimo de dignidade.
A boa é que se não encara a curto prazo, nos meios portistas,
qualquer alternativa a Pinto da Costa. Continuar a acreditar que será com ele e
por seu intermédio que o clube se vai reerguer é um “passaporte de
tranquilidade” para os seus principais adversários.
1 comentário:
Eu nao vou chorar ahahahahahahahahahahahahah so quero ver o fim desses corruptos.
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