segunda-feira, 10 de outubro de 2011

AMANHÃ, NA DINAMARCA


E O PASSADO RECENTE

O passado recente do futebol português no plano internacional é positivo, apesar de não ser excelente ou sequer muito bom. De facto, nas provas europeias, o Porto, sem comprometer o apuramento, perdeu em S. Petersburgo contra uma equipa que, tendo jogado melhor, nem por isso está ao nível exibido pela equipa portista nos últimos anos. Mais uma vez a defesa do Porto comprometeu, a começar por Fucile que, como aqui havia sido previsto, estava a ter internamente um comportamento que acabaria por causa dano lá fora. Realmente as permanentes simulações a que recorre – verdadeiras palhaçadas – e a dureza com que aborda os lances que sabe que não vai ganhar, não podem deixar de ter externamente as consequências que a permissividade interna impede que por cá se verifiquem.

Com esta é terceira vez que um jogador do Porto é expulso este ano numa prova internacional. Ou seja, há fortes razões para supor que o Porto deste ano não tem futebol para noventa minutos por manifesta falta de força física. Bem podem os teóricos bola inventar razões tácticas como causa dos fracassos verificados e tentar por todos os meios influenciar o comportamento técnico do treinador que nem por isso os desaires deixarão de verificar-se enquanto a principal causa não for corrigida.

O Benfica ganhou fora tangencialmente a uma equipa fraquinha o que, sendo suficiente, não deve constituir motivo de grande euforia, principalmente pelo resultado que o Basileia alcançou em Manchester. No entanto, é bom que se diga que este Benfica é bem melhor que o do ano passado.

Na Liga Europa, o Sporting manteve a senda de vitórias depois de um desastroso começo de época lá vai, tranquilamente, caminhando para o apuramento. Porém, não há lugar para grandes expectativas: o Sporting ainda não jogou este ano contra uma grande equipa…

O Braga, depois de um começo auspicioso, parece agora estar mergulhado numa crise de resultados do desfecho da qual dependerá em grande medida o comportamento da equipa na presente temporada. Ou o Braga vence imediatamente a presente situação de depressão em que se encontra, retomando o lugar que nas últimas épocas tem ocupado interna e externamente ou, se tal não acontecer, corre o risco de voltar a cair na vulgaridade. Os próximos confrontos serão decisivos.

Finalmente, a selecção está a um passo de se apurar para a fase final do Euro 2012, mas nem por isso o clima que a rodeia é de grande entusiasmo. Contribui para isso, antes de mais, os três golos sofridos contra a Islândia. Aliás, dez golos sofridos em sete jogos é muito golo…É certo que, mesmo perdendo amanhã na Dinamarca, a equipa pode ainda apurar-se directamente ou no play off. No entanto, o que toda a gente espera é que a selecção se apure ficando em primeiro lugar no respectivo grupo. E, em princípio, esse seria o resultado mais provável, não fora dar-se o caso de, com o andar da prova, Portugal ter ficado com uma defesa muito fraca.

Já aqui se disse que João Pereira não convence, nem tão-pouco Eliseu do lado esquerdo. E no meio é o que se vê. A verdade é que com as lesões de Pepe e de Coentrão e com os castigos de Ricardo Carvalho e de Bosingwa não há mais ninguém para aquele sector da equipa. Portanto, agora ou mais tarde, tudo pode acontecer…

Há também na selecção um problema disciplinar que não pode escamoteado. Paulo Bento impõe sem duvida a sua autoridade, mas isso não significa que os jogadores o respeitem. Bosingwa não aceitou ser suplente num jogo particular e Ricardo Carvalho, pela mesma razão, agiu da forma que se conhece.

Isto significa que falta na selecção um conjunto de jogadores (não têm de ser muitos) que, pelo seu prestígio, profissionalismo e autoridade, tenha capacidade para criar no grupo um clima de respeito e de responsabilidade que vá muito para além daquilo que a equipa técnica possa fazer.

Enfim, nem todos os grandes jogadores têm essa capacidade e Ronaldo já tem problemas suficientes para o atrapalhar e com os quais tem muita dificuldade em lidar para ainda se esperar dele algo mais do que aquilo que “está obrigado” a fazer em campo.

Voltaremos a este assunto…

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