...MAS OS SUIÇOS LUTARAM ATÉ AO FIM
O Benfica venceu esta noite na Suíça o Basileia opor 2-0, na terceira jornada do grupo C. Com duas vitórias fora e um empate em casa, o Benfica reúne todas as condições para passar à fase seguinte da Liga dos Campeões. Mas ainda é cedo para deitar foguetes, tanto mais que o Basileia não vai ser no Estádio da Luz uma equipa fácil.
No jogo de hoje, não obstante a justiça indiscutível da vitória, há dois aspectos que não podem deixar de ser ponderados.
O primeiro é a limitada resistência física de alguns jogadores do Benfica que têm manifestas dificuldades em aguentar 90 minutos. Jesus não pode deixar de ter isso em conta nas substituições. Gaitan já tinha noutros jogos dado provas seguras de que não aguenta o tempo todo e mesmo neste jogo, antes de ter “estourado”, também já tinha dado indicações de que não seria capaz de chegar ao fim. Não se compreende, por isso, porque não foi substituído. Claro que há a lesão de Maxi – se é que é lesão – a qual todavia também só prova que já há jogadores na equipa com excesso de jogos.
O segundo aspecto a ter em conta consiste no facto de o Basileia nunca ter aceitado a superioridade do Benfica e ter lutado até ao fim como se os golos sofridos não tivessem passado de um acidente do jogo. Este factor é que verdadeiramente torna a equipa perigosa na sua deslocação à Luz, animada além do mais pelo empate alcançado em Old Trafford.
A outra questão que não pode ser iludida, apesar de se tratar de um incidente normal do jogo, é a expulsão de Emerson. Como vai agora Jesus resolver o problema do lateral esquerdo no próximo jogo, depois de ter deixado de fora Capdevila? Nada que não tivesse aqui sido antecipado. E não vai ser nada fácil, para quem jogar, a partida da Luz, já que o ala direito do Basileia é dos melhores jogadores da equipa. Será por isso muito complicado recorrer a um jogador sem rotina do lugar. Só que a alternativa parece ser ainda pior: recorrer a quem não tem qualquer experiência deste tipo de jogos. Jesus tem de perceber que a Liga dos Campeões não é uma prova para “birras”. Ou será algo mais do que isso? Seja o que for, a responsabilidade será exclusivamente sua. Uma grave responsabilidade!
O Benfica jogou bem durante grande parte do jogo, apesar de o Basileia nunca ter desistido de lutar. Aliás, jogos como o de hoje – e outros já jogados esta época – servem para demonstrar até que ponto é importante ter na baliza um grande guarda-redes. Um guarda-redes que dê confiança à equipa e que a salve de golos quase indefensáveis.
Artur tem feito isso quase sempre, seja forte ou fraca a equipa contra a qual o Benfica jogue. No resto da defesa toda a gente jogou bem, tendo os centrais estado mais uma vez em excelente plano.
Javi viu-se menos no meio campo, porventura porque Witsel vê-se muito. Gaitan e Bruno César também estiveram bem, embora Gaitan pudesse ter aproveitado melhor as oportunidades que teve ou que criou. Aimar jogou como ele gosta, podendo mesmo dizer-se que a equipa se ressentiu com a sua saída. Bruno César não faz a posição do argentino. É um jogador de outro tipo. Mais goleador – aliás marcou um belo golo – e menos armador. Rodrigo, que hoje jogou a titular no lugar de Cardozo, fez uma partida interessante sem deslumbrar.
Cardozo logo que entrou marcou de livre e o golo deu outra tranquilidade à equipa. Nolito não chegou a entusiasmar, nem a entusiasmar-se, mas ajudou muito a equipa na hora em que ela mais precisou. Finalmente, Victor cumpriu.
Talvez se possa dizer, para concluir, que foi uma vitória importante, muito suada, uma vitória de uma equipa claramente superior ao seu adversário, mas não foi uma vitória tranquila, como a expulsão de Jorge Jesus a poucos minutos do fim o comprova. Daí a expectativa com que é aguardado o próximo jogo na Luz contra o Basileia.
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