segunda-feira, 21 de maio de 2012

ACADÉMICA VENCE A TAÇA DE PORTUGAL



UMA VITÓRIA MERECIDA


ACADÉMICA - 1 - SPORTING - 0


A Académica ganhou hoje pela segunda vez aTaça de Portugal 73 anos depois de ter vencido a primeira.

Num jogo que o Sporting tinha antecipadamente por ganho, tanto assim que os seus adeptos e jornalistas mais conhecidos já comemoravam de véspera uma vitória que igualaria a marca do Porto na competição (16 vitórias). Mais uma vez porém o futebol desfez os prognósticos mais seguros.

Na véspera percebeu-se que o Sporting estava nervoso. Desgostou ao Sporting que Adrien, jogador na Académica, emprestado pelo Sporting, tivesse manifestado publicamente o seu desejo de vencer. Esta gente de Alvalade entende, como a coisa mais natural deste mundo, que os deveres do jogador como profissional se devem subordinar aos interesses do Sporting.

É por esta e por outras como esta que há gente no Sporting que já não se iibe de recorrer a vários meios de pressão para conseguir ganhar fora do campo o que os seus jogadores e a sua equipa técnica não conseguem dentro dele.

Bem vistas as coisas, se em Portugal imperasse a verdade desportiva, o Sporting nem nesta final deveria estar depois do que se passou antes do jogo contra o Marítimo. Mas não somente esteve como o dirigente envolvido no depósito bancário a José Cardinal continua na direcção do clube como se nada se tivesse passado.

Antes da final com a Académica alguns “notáveis” sportinguistas fizeram várias pressões sobre os responsáveis pela arbitragem para que certos árbitros não fossem escolhidos. Acabou por ser escolhido um árbitro com pouco curriculum que, à parte as habituais particularidades da arbitragem portuguesa, nem sequer esteve mal no jgo de hoje, mas que exactamente pelo seu pouco peso institucional se poderia prestar a todo o tipo de pressões dentro e à volta do campo. E viu-se, mal o jogo começou, que os jogadores e o corpo técnico do Sporting estavam dispostos a enveredar por esse caminho. É natural que o árbitro tenha sido um pouco sensível a essa pressão na amostragem de dois cartões amarelos a jogadores da Académica por faltas insignificantes, pouco depois compensados por outros dois cartões exibidos a jogadores do Sporting por protestos. No cômputo geral da partida Paulo Baptista terá cometido dois erros com alguma relevância – um fora de jogo não assinalado a Edinho e uma falta para grande penalidade sobre o mesmo Edinho não assinalada.

Em conclusão: por muito que os sportinguistas venham agora falar da arbitragem – e muito provavelmente virão, como sempre fazem – a vitória da Académica é incontestável e só peca por escassa.

Tal como ontem o Chelsea também hoje a Académica jogou contra o Sporting com as armas que tem. Jogou recuada, com as linhas baixas, procurando sempre tirar partido dos desequilíbrios do Sporting.

E conseguiu executar com êxito esta estratégia. Com três minutos de jogo Marinho marcou de cabeça e cinco minutos depois Edinho – esta tarde manifestamente em dia não – não deu a melhor direcção a um remate de cabeça do qual poderia ter resultado outro golo.

Durante toda a primeira parte o Sporting limitou-se a correr muito com a bola sem nunca verdadeiramente causar qualquer perigo. Aliás, Ricardo, o guarda-redes da Académica, não fez na primeira parte uma única defesa digna desse nome.

Na segunda parte a Académica começou melhor e por duas vezes, separadas por escassos minutos, esteve em vias de marcar, ambas por Edinho. Da primeira vez, isolado frente a Rui Patrício, atirou contra o guarda-redes e da segunda, sozinho de frente para a baliza, falhou um golo certo a centro de um companheiro – bastaria “encostar” o pé, coisa que o avançado da Académica incrivelmente não conseguiu fazer.

À medida que o tempo passava aumentava a ansiedade do Sporting e o cansaço da Académica mas, simultaneamente, ia-se firmando a convicção de que os “estudantes” seriam capazes de aguentar o resultado. E foi o que se passou, a Académica, apesar de cansada esteve sempre à altura, das circunstâncias. É certo que perto do fim do encontro o Sporting falhou a única oportunidade de golo que verdadeiramente teve em toda a partida -  isolado face a Ricardo, Wolfswinkel rematou contra o guarda-redes - mas esse "falhanço" de modo algum interfere com a jistiça do resultado.
O árbitro concedeu seis minutos de compensação, sem que o Sporting tenha conseguido tirar partido desse excepcional tempo-extra nem, tão pouco, da pouca força física que a Académica já acusava. E assim se "escreveu" uma vitória que a Académica já merecia há muitas décadas!

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