BARCELONA-ATHLETIC NA
SEXTA-FEIRA
Amanhã defrontam-se em Madrid, no estádio Vicente Calderón, o
Barcelona e o Athletic de Bilbau na final da Copa d’ El Rey.
Os dois clubes que mais trofeus conquistaram, depois de uma forte
polémica sobre o local a designar para a realização da final, aceitaram jogar
em Madrid no estádio do Atlético de Madrid.
Tendo-se confrontado por várias vezes na final desta
competição, em jogos sempre marcados por muita emoção, o de amanhã tem um aliciante
suplementar de natureza marcadamente política.
O Athletic e o Barcelona são as equipas mais representativas das
duas nacionalidades históricas mais nacionalistas do Reino de Espanha – o País
Basco e a Catalunha.
O facto de o jogo se realizar em Madrid oferece aos adeptos
de ambas as equipas uma oportunidade extraordinária para manifestarem os sentimentos
nacionalistas com provável repúdio dos símbolos nacionais espanhóis – o Rey e o
hino.
Não é de pôr de parte que sexta-feira em Madrid, à semelhança
do que aconteceu em 2009 em Valência, o Rey, ou o Príncipe herdeiro, e o hino
sejam assobiados.
Para acirrar ainda mais os ânimos, a presidente da Comunidade
de Madrid, Esperanza Aguirre, conhecida pelas suas posições de extrema-direita,
veio propor que se tal acontecer se suspenda o encontro e se realize noutro
lugar à porta fechada.
Esta declaração foi prontamente criticada pelas forças
políticas bascas e catalãs, bem como pelas galegas, e pelo próprio PSOE que apodou
de pirómana a conhecida militante do PP. Mas houve também quem lembrasse que aquelas
declarações têm por finalidade criar uma cortina de fumo destinada a evitar que
se discuta o défice da sua Comunidade (muito superior ao anunciado) e as
manobras políticas, da sua responsabilidade, que levaram à falência de la Bankia.
Aconteça o que acontecer, a polémica que os sectores nacionalistas
espanhóis já abriram com os independentistas da Catalunha e do País tendo o
futebol como pretexto, relegaram para segundo plano o interesse pelo jogo…pelo
menos até à hora do seu começo.
Está também marcada para esse dia uma manifestação da extrema-direita
em Madrid, autorizada pelo tribunal apesar da tentativa de adiamento para
segunda-feira, sendo por isso muito provável a ocorrência de confrontos no fim do
jogo, se a polícia não conseguir separar as claques das duas equipas e os ditos
manifestantes.
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