O QUE SE PASSOU NO
PORTO
O Benfica conquistou o título de campeão da Liga Portuguesa
de Basquetebol ao vencer, no Dragão, o quinto e decisivo jogo da final dos play-off.
Não vem ao caso comentar a época de ambas as equipas nem sequer os cinco jogos
da final rodeados de incerteza quanto ao vencedor até ao último segundo da última
partida.
O que importa mais uma vez sublinhar é a incapacidade de a “doutrina
desportiva” de Pinto da Costa aceitar a derrota qualquer que seja a modalidade em
que ela ocorre e o que frequentemente acontece quando o Porto disputa jogos
decisivos no seu reduto seja em futebol ou em qualquer outra modalidade.
Que o Porto tivesse ficado decepcionado com a derrota sofrida
é compreensível e aceitável. Mas de
forma alguma se pode aceitar que o Porto, mais uma vez, provoque distúrbios no
pavilhão onde o jogo teve lugar e tentativas de agressão que obrigaram a equipa
adversária a refugiar-se no balneário sem sequer poder receber publicamente o
troféu de campeão.
As imagens televisivas não mentem: o treinador do Porto, por
razões que somente ele saberá explicar, veio tirar satisfações junto da equipa
técnica e jogadores do Benfica que festejavam, em campo, a vitória. Acalmados
os ânimos, o treinador do Porto regressou ao seu lugar e os festejos
continuaram até serem interrompidos pelo lançamento de vários objectos para
dentro do campo que obrigaram a equipa do Benfica a refugiar-se no balneário
durante longo tempo e inclusive a receber fora dos olhares do público a Taça
símbolo da vitória.
A polícia perante os desacatos dos adeptos portistas fez o
que lhe competia: protegeu os jogadores e a equipa técnica do Benfica dos
distúrbios e pôs ordem nas bancadas, apesar de o presidente do Porto ter entrado
em campo para invectivar a polícia em vez de a ajudar a restabelecer a ordem.
Pois o Porto, em vez de pedir desculpa pelo sucedido, veio
publicamente responsabilizar o treinador do Benfica (!!!) e culpar a polícia
pelos desacatos! Perante uma tão grosseira falsificação dos factos e perante o
comportamento dos responsáveis máximos do Porto jamais se poderá esperar que
deles saia uma palavra contra os comportamentos antidesportivos dos seus
adeptos por mais inaceitáveis que eles sejam.
Ontem como hoje deles só se pode esperar comportamentos que
directa ou indirectamente incentivem actos como os que ontem tiveram lugar no
pavilhão do dragão e que, no fundo, têm pautado a história do FC Porto durante
o longo mandato de Pinto da Costa. Além dos discursos demagógicos incendiários
ou desrespeitadores dos adversários como aconteceu com as comemorações da
vitória no campeonato de futebol, assiste-se, sempre que as circunstâncias o proporcionem,
como foi o caso de ontem, à contemporização, se não mesmo a concordância, com
tudo o que de negativo vem das bancadas ou da rua.
Curioso será sublinhar, por último, que o jornal Público com a
habitual pudicícia que o caracteriza em tudo o que diga respeito ao FCP nem
sequer noticiou aqueles acontecimentos.
Se o noticiário da tarde da RTP
sobre os desacatos dos adeptos do FCP já havia sido uma vergonha pela
parcialidade com que foram noticiados, o da noite, na SIC, é um verdadeiro
escândalo. Como é possível que uma estação de televisão apresente como
justificação para os desacatos dos desordeiros do Porto umas simples
manifestações de contentamento do treinador do Benfica pela vitória alcançada?
ADITAMENTO
Isto só prova o que aqui
frequentemente se dito: os grandes corruptos do desporto português são os
jornalistas desportivos. Depois deles é que vem os corruptores
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