É PROIBIDO COMEMORAR?
As justificações apresentadas pelo FCP para os desacatos que
aconteceram no pavilhão do dragão depois da vitória do Benfica na Liga
Portuguesa de Basquetebol são obviamente inaceitáveis. Como os dirigentes do
Porto nunca condenam a violência dos seus adeptos e várias têm sido as vezes
que a provem ou aplaudem não seria de esperar que desta vez tivessem uma
actuação contrária.
O que é espantoso é que a maior parte da imprensa desportiva
acolha directa ou sibilinamente a tese do Porto segundo a qual tudo se deve aos
festejos do treinador do Benfica.
Mas poderá alguém com um mínimo de decência criticar a
comemoração de uma vitória seja em que campo for? Alguém pode criticar o Porto
por o ano passado ter comemorado no Estádio da Luz o título de campeão? O que
toda a gente criticou, benfiquistas incluídos, foi o “apagão” e a rega como
retaliação pela vitória. Mesmo as atitudes aparentemente mais provocatórias,
como o gesto de Jardel em San Siro, depois do golo que marcou ao Milan, têm de
ser aceites no futebol como coisas normais.
Mas nem sequer foi nada disso que se passou no pavilhão do
Porto, mas antes e só a comemoração por uma vitória difícil alcançada na casa
do adversário.
Que os dirigentes do Porto procedam como procederam é normal –
naqueles lados não só não há fair play,
o que seria o menor dos males, como se recorre a todos os meios para assegurar
a vitória. O que é espantoso é que uma parte considerável do jornalismo
desportivo “embarque” na conversa do Porto. O que só prova aquilo que aqui
frequentemente se tem dito: o jornalismo desportivo é a parte mais corrupta do
desporto português.
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