COMO VAI SER?
Há vários anos que o Chelsea
persegue o sono de ser campeão europeu. Desde que Abramovich chegou ao clube,
esse, mais do que o campeonato, tem sido o grande teste de todos os treinadores.
Nenhum até hoje escapou a esse desaire. Mourinho ainda se aguentou, primeiro
com a conversa das arbitragens, depois com a falta de sorte, mas o insucesso na
Liga dos Campeões associado a um futebol pouco entusiasmante foram decisivos
para a rescisão do contrato.
Gus Hiddink terá sido o único que
saiu pelo seu próprio pé num ano em que o Chelsea foi escandalosamente “roubado”
– não há outra maneira de dizer – por um árbitro norueguês no segundo jogo das
meias-finais contra o Barcelona. Cinco grandes penalidades por marcar num só
jogo, é obra! Nem Pinto de Costa se pode orgulhar de tanto. Mas foi o que
aconteceu. Depois perdeu uma final nas grandes penalidades contra o Manchester –
Terry falhou e o técnico israelita foi para casa.
Villas-Boas não chegou
verdadeiramente a perder a Liga dos Campeões, mas acabou por ser o forte receio
de a perder, no jogo da segunda mão dos oitavos de final contra o Nápoles, igualmente
associado a um campeonato muito fraco, que ditou o seu afastamento.
Sobra Di Matteo, veterano do “novo”
Chelsea, que praticamente conta por vitórias os jogos disputados desde que
tomou conta da equipa em substituição de Villas-Boas. Na Liga dos Campeões,
além do Nápoles, eliminou o Benfica, com um jogo muito inteligente na Luz e com alguma sorte em
Stamford Bridge, e com alguns pequenos, mas decisivos, favores da arbitragem,
tanto em Lisboa como em Londres e, surpreendentemente, derrotou o Barcelona nas
meias-finais, apesar de ter feito o último jogo em inferioridade numérica por
uma inaceitável infantilidade de John Terry.
O Bayern, pelo contrário, é um
clube com muita história na Liga e na Taça dos Campeões. Vencedor por quatro
vezes, três delas seguidas, e perdedor de quatro das últimas cinco finais em que
participou, é sempre um favorito por definição. O período de maior grandeza do
Bayern coincide com o apogeu de Beckenbauer, ligeiramente mais novo do que Pelé
e Eusébio, e de uns quantos grandes jogadores que então jogavam em Munique, a
começar por Paul Breitner.
Das várias finais perdidas pelo
Bayern, na fase Lotar Matthäus, outro grande jogador bávaro, a mais dramática
foi sem dúvida a jogada contra o Manchester United em 1999. Aos noventa minutos
o Bayern ganhava por um zero, depois de ter, principalmente na segunda parte,
desperdiçado várias oportunidades. No tempo de compensação o United empatou por
Sheringham e depois por Solskjaer marcou o segundo. Foi um choque muito grande
do qual o Bayern levou vários anos para se refazer.
Com uma boa prestação na competição
deste ano, na qual é de destacar a eliminação do Real Madrid – um velho hábito…-,
o Bayern parte com a confiança de quem já ganhou ao vencedor antecipado. No fundo,
era isso que Mourinho queria fazer crer, quando deu a entender que o Bayern de
Jupp Heynkes não seria um adversário à altura do Real Madrid.
Finalmente, como motivo de
interesse a arbitragem do português Pedro Proença. Não é qualquer árbitro que
apita a final da Liga dos Campeões. Tem de ser um árbitro com provas dadas na
Europa. Ma isso também significa que o reiterados erros de Proença no
campeonato doméstico e sempre no mesmo sentido não poderão imputar-se a
deficiências técnicas ou a deslizes momentâneos.
O último árbitro português que
arbitrou uma final europeia acabou assessor do FCP …para a arbitragem. Será que
Proença vai ter o mesmo destino?
Sem comentários:
Enviar um comentário