sábado, 16 de janeiro de 2016

A INQUALIFICÁVEL PRESSÃO DO SPORTING SOBRE OS ÁRBITROS



HÁ QUE TOMAR MEDIDAS, ISTO NÃO PODE CONTINUAR!


João Gabriel: «O Sr. Facebook que explique como se puxa e insulta o árbitro auxiliar»



Voltámos ontem a assistir a um lamentável espectáculo em Alvalade. Mais uma vez o Sporting pretendeu criar em redor do árbitro um clima que o impedisse de exercer com competência e imparcialidade as suas funções. Felizmente não conseguiu, mas o espectáculo ficou indelevelmente marcado pelo comportamento inaceitável de toda a área técnica do Sporting.
Vamos a factos. Jogava-se em Alvalade o primeiro jogo da segunda volta do campeonato entre a equipa da casa, primeira classificada com quatro pontos de vantagem sobre os seus mais directos rivais, e o Tondela, último classificado, com oito pontos, a dois pontos do penúltimo e a oito do antepenúltimo.
À partida um jogo fácil para o Sporting, apesar de no confronto da primeira volta, em Aveiro, o Sporting ter vencido com muita dificuldade pela diferença mínima (2-1) com um golo marcado já quase no fim do jogo, de penalty, precedido de um lance escandalosamente irregular. Aliás, as imagens desse jogo demonstram não houve falta do jogador do Tondela, a falta geradora da grande penalidade, mas, pelo contrário, do jogador do Sporting sobre o jogador do Tondela. O Sporting queixa-se igualmente de um golo marcado com a mão. Não querendo revisitar o que se passou o que se pode dizer é que a jogada do golo do Tondela é confusa e de difícil análise.
Entretanto, jogaram-se mais dezasseis jornadas, o Tondela afundou-se no último lugar, já trocou três vezes de treinador, e Sporting segue na frente, como se sabe, não obstante as polémicas que têm acompanhado a maior parte dos seus jogos . Mas vamos ao jogo de ontem.
Ontem, quem assistisse ao jogo desconhecendo a posição relativa das duas equipas, dificilmente acreditaria que o Sporting ocupava o primeiro lugar e o Tondela o último à distância de trinta e seis pontos! O Tondela exibiu-se em grande nível durante os primeiros vinte minutos, com excelentes toques de bola dos seus jogadores, remetendo o Sporting para um cinzentismo irreconhecível. Por volta da meia hora, aproveitando uma das conhecidas debilidades das equipas de Jesus, em mais uma boa jogada do Tondela, Tavares apareceu isolado frente a Rui Patrício, que, para o travar, teve de o derrubar dentro da área  com uma entrada muito agressiva que, tivesse-se ela passado em qualquer outra parte o campo, seria sempre merecedora do cartão vermelho.
E foi o que o árbitro, competentemente, fez. Marcou grande penalidade e expulsou Rui Patrício, dando a entender que o fazia por o jogador do Tondela já não ter à sua frente outro adversário e seguir verticalmente em direcção à baliza, embora, como acima se disse, a entrada de Rui Patrício, fosse ele defesa, médio ou avançado, e tivesse-se ela passado em qualquer outro lugar do campo, devesse ser sempre punível com cartão vermelho.
Dentro do campo, os protestos dos jogadores do Sporting, com excepção de Rui Patrício, foram enormes. Adrian, capitão da equipa, foi punido com um amarelo e os protestos ficaram por ali. Rui Patrício foi substituído por Marcelo, Bruno César saiu, e o penalty foi convertido.
O pior, porém, foi o que se passou junto do árbitro auxiliar e do quarto árbitro. Toda a gente da área técnica do Sporting, com o presidente à cabeça e com Jesus, verdadeiramente possesso, largando impropérios e ameaças sobre a equipa de arbitragem, tentando todos, em uníssono, condicionar a actuação do árbitro, com vista a impedi-lo de marcar o penalty e de expulsar o guarda-redes, Rui Patrício.
Um espectáculo indigno e degradante, que não pode ser ignorado. A televisão passou profusamente as imagens do protesto e do modo como o mesmo se fez. O árbitro auxiliar pediu “auxílio” ao árbitro, sinalizando repetidamente com a bandeirola a gravidade do que se estava a passar. O árbitro expulsou o presidente do Sporting, useiro e vezeiro em comportamentos incorrectos, mas inexplicavelmente condescendeu com Jorge Jesus e alguns outros elementos. Curiosamente, a generalidade dos jogadores suplentes do Sporting manteve-se à margem do protesto.
O jogo continuou sempre com o Tondela por cima durante toda a primeira parte. O intervalo foi mais dilatado do que o habitual, desconhecendo-se se qualquer razão extra-futebol determinou esse atraso.
Na segunda parte o Sporting entrou com vontade de virar o resultado, apesar de ter em campo menos um jogador. Acabou por marcar num golo atribuído a Selimane, mas que na realidade foi marcado por um desvio com o peito de um jogador do Tondela. A partir desse golo o Tondela desuniu-se e passou a perder, inexplicavelmente, várias bolas na sua defesa. Numa dessas saídas em falso, o Sporting ficou com a bola, e Brian Ruiz, depois de com várias simulações ter tirado da frente os defesas do Tondela e o guarda redes, rematou para o que seria o 2 a 1 do Sporting. Acontece que um defesa do Tondela, que dobrou o seu guarda-redes, conseguiu impedir com um afortunado golpe de cabeça que a bola entrasse na baliza.
Certamente devido ao indescritível clima de pressão que se vivia em Alvalade, o árbitro foi levado a supor, para espanto dos jogadores do Tondela, que o corte havia sido feito com a mão e apontou para a marca da grande penalidade.
Por indicação do árbitro auxiliar ou do quarto árbitro a decisão do árbitro foi corrigida (e pode sempre sê-lo enquanto o jogo não recomeça) e não houve marcação do penalty.
Bem, o que mais uma vez se passou com os elementos da área técnica do Sporting é indescritível. De cabeça completamente perdida toda a área técnica do Sporting, inclusive funcionários do clube cujo papel se desconhece, insultou o árbitro, o auxiliar e o quarto árbitro de quanto havia, com Jesus completamente tresloucado a proferir toda a gama de impropérios que conhece e a gesticular como um louco.
O árbitro, serenamente, manteve a anulação da sua primeira decisão, e não expulsou ninguém.
O Sporting acabou por fazer o 2-1 em mais uma perda de bola do Tondela, mas já perto do fim, no 85.º minuto, em mais uma jogada de contra-ataque, num passe longo e cruzado, o Tondela, aproveitando pela segunda vez as conhecidas debilidades defensivas das equipas de Jesus, acabou por fazer o empate.
Do jogo fica a excelente exibição do Tondela na primeira parte, o seu declínio na maior parte da segunde, porventura por quebra física, o seu ressurgimento na parte final do jogo e um empate justíssimo perante um Sporting vulgar, certamente como sintoma das conhecidas fraquezas das equipas de Jesus nas segundas voltas do campeonato.
Do que se passou fora do campo, durante o jogo e depois dele, fica a inqualificável pressão exercida sobre os árbitros pelo Sporting, principalmente nos momentos mais críticos do jogo. Vai ser muito difícil daqui para a frente apitar em Alvalade. A estratégia do Sporting é conhecida: atacar sem contemplações todas as equipas de arbitragem com vista a condicioná-las e a impedi-las de qualquer decisão que lhe possa ser prejudicial. A impunidade que tem estado associada a este tipo de comportamento e as indiscutíveis vantagens que o Sporting dele já retirou em inúmeros jogos apenas fazem com que se espere daqui para a frente o seu agravamento em todas as situações do jogo, principalmente sempre que o Sporting estiver em dificuldades.
Há que tomar medidas urgentemente e exemplarmente. As pressões exercidas sobre os árbitros antes dos jogos, os comentários absolutamente indecorosos dos responsáveis sportinguistas depois dos jogos, o seu comportamento durante os jogos, não podem de forma alguma continuar impunes.Têm de ser exemplarmente punidos, a começar pelo castigo a aplicar desde já ao presidente, depois da expulsão de ontem. Mas a justiça tem de se estender aos demais: a Jesus, a Octávio, ao adjunto, aos funcionários, enfim, a toda aquela gente que se levanta e arregimenta contra a arbitragem, como se fosse para um campo de batalha, sempre que uma decisão lhes desagrada ou não convém ao Sporting.
Quanto aos comentadores, sejam os comentadores dos jornais, alguns deles com comportamentos demenciais, como Dias Ferreira, Barroso e até Daniel Sampaio, para falar apenas nos mais conhecidos, quer os das televisões, Rui Santos, o João “dos fretes”, Inácio, Rogério Alves, deixando de lado o hilariante Pina, pelo divertimento que nos proporciona, há que lhes responder adequadamente em cada programa, confrontando-os com o ridículo das suas posições.

2 comentários:

Quimcosta disse...

Excelente post!

Parabéns.

Viva o Benfica!

Unknown disse...

Ao Prº da APAF deixo 3 perguntinhas inocentes: 1º- Que respeito pode ter este Organismo quando INSULTA a inteligência das pessoas ao DAR 8,6 pontos ao "árbitro" do derby Benfica-Sporting???2º-Que explicação tem a dar sobre o "árbitro" Jorge Ferreira que foi visto com o Prº. do Fafe e pouco depois o Benfica oficializa o empréstimo de jogadores ao Fafe????Que critério têm estes "árbitros" comemorarem o empate do Guimarães-Sporting com um golo precedido de falta???4º-Que isenção quando Fundação Benfica mais INATEL e ACIDI "formam" novos "árbitros????QUE CINISMO DESTE ORGANISMO QUE AGORA QUER REUNIÕES PARA "PACIFICAR" A ARBITRAGEM???A INVASÃO DO RELVADO PELO SPORTING É O CULMINAR DE IMPUNIDADES DUM ORGANISMO QUE SE PÕE A JEITO PARA ESTAS SITUAÇÕES E DEPOIS QUER FAZER-SE PASSAR POR CORDEIRO!!!