O RESCALDO DA JORNADA
No passado fim-de-semana tanto o Sporting como o Porto
contavam com um desaire do Benfica em Guimarães. No mínimo um empate. A vitória
deixou-os extremamente nervosos. A ambos.
Depois de Braga onde o Benfica com Jesus raramente pontuava ou,
nas provas a eliminar, era sempre eliminado, veio Guimarães onde o ano passado
o Sporting foi goleado e o Benfica e o Porto empataram e onde este ano o Benfica
passou. Assim começam a desvanecer-se as esperanças de ver o Benfica
irremediavelmente afastado do duo da frente.
Sem esquecer as três derrotas do Benfica e o empate do jogo
medíocre realizado na Madeira, a verdade é que o Benfica até estaria na frente da
classificação se não se desse o caso de o Sporting ter sido escandalosamente
beneficiado com erros de arbitragem que já lhe valeram mais de oito pontos.
Ainda no domingo passado, no jogo contra o Porto, em que o Sporting até jogou
melhor foi mais uma vez beneficiado com erros crassos de arbitragem (dois fora
de jogo mal assinalados de um jogador que seguia isolado, uma mão na bola quase
à entrada da área e um penalty por marcar). E quanto ao Porto, bastaria que, no
jogo contra o Nacional, Jorge de Sousa tivesse marcado os dois penalties cometidos à sua
frente para que muito provavelmente o Porto tivesse menos dois pontos.
Pois bastou que o Benfica tivesse ganho em Guimarães para que
a máquina de propaganda do Sporting capitaneada pelo arruaceiro presidente e secundada
por pessoas tão recomendáveis como Inácio e o arauto da mentira desportiva, Rui
Santos, para que uma vitória limpa e indiscutível se tentasse transformar num
favor da arbitragem.
Bastou que o treinador do Guimarães, conhecido em toda a
parte por onde passou, como jogador e como treinador (desde a selecção nacional,
passando pelo Porto e o Standard de Liège até ao Sporting de Braga), como uma
pessoa sem educação, tivesse vindo agitar o espantalho da arbitragem para que a
equipa de Guimarães, que teve em todo o jogo uma única oportunidade de golo
contra cinco do Benfica (além do golo marcado), fosse considerada pela máquina
de propaganda do Sporting como a derrotada por culpa exclusiva da arbitragem.
E os comentadores do Porto, muito mais preocupados com a vitória do
Benfica do que com a derrota do seu clube contra o Sporting, assestaram
baterias contra o Benfica (eles que foram escandalosamente beneficiados na
Madeira) certamente por saberem de onde vem o perigo.
Mas não foi tudo. Faltava ainda Jorge Jesus. Jesus que
continua doentiamente obcecado com o Benfica – o que se compreende dada a
diferença entre o seu anterior contexto e o actual – está empenhado em
demonstrar que sem ele o seu anterior clube não existe. E então, com a completa
ausência de ética que se lhe conhece, lança mão do que fizer falta para dar
largas à sua frustração por ver o Benfica tão perto e tão ameaçador.
Numa conferência de imprensa em que lhe cabia falar do jogo
terminado há pouco, Jesus lançou-se num despropositado elogio a Lopetegui (com
quem ainda há meses esteve quase a entrar em vias de facto) apenas para atacar
Rui Vitória, que não era chamado para o caso a nenhum título. Jesus foi
deselegante, grosseiro, mas também pouco inteligente, porque se fosse um
pouquinho mais inteligente ter-se-ia lembrado dos três campeonatos consecutivos
perdidos para o Porto, dois dos quais com planteis de luxo, como raramente terá
havido na história do Benfica. Mas como já apercebeu que no Sporting não tem
futuro, não necessariamente pela ausência de jogadores, mas por causa de uma
direcção que cria problemas em todo o lado e que mais dia, menos dia se arrisca
a deparar-se com graves problemas, financeiros, disciplinares e outros, quis agradar
a Pinto da Costa na tentativa de encontrar no Porto um lugar de refúgio para
onde possa “emigrar” em caso de dificuldades, já que a saída para o estrangeiro
é hipótese que se não põe…por razões óbvias.
Sem comentários:
Enviar um comentário