A DEFESA DO INDEFENSÁVEL
Os comentadores do Sporting, abusando da inteligência dos
espectadores, desdobram-se em explicações para demonstrar o indemonstrável: que
Jesus foi induzido em erro pelo dito jornalista Gonçalo Ventura (um
sportinguista da “verdade desportiva”, ou seja, da equipa de Rui Santos, com
tudo o que isto tem de lisura de processos) e que o árbitro Jorge de Sousa
prejudicou por igual o Sporting e o Braga (aqui distanciam-se um pouquinho de Jesus
que, como se sabe, sempre que a sua equipa é escandalosamente beneficiada pela
arbitragem, qualifica-a de excelente).
Rogério Alves perdeu parte do seu tempo a tentar demonstrar
que Jesus reagiu a uma pergunta que assentava em dados falsos. E acha que os
telespectadores vão na conversa dele. Acontece, como toda a gente sabe, que Rui
Vitória não teve qualquer conversa privada com o dito jornalista do Sporting. O
que Rui Vitória disse, disse-o em público e foi repetido nas televisões vezes
sem conta. Todos os que estavam presentes na conferência de imprensa de Jesus,
dada posteriormente, tinham perfeito conhecimento do que havia sido dito, a
começar por Jesus.
Portanto, Jesus teve a pergunta que queria ter (há todas as
razões para supor, vinda de onde veio, que a pergunta não só não era inocente
como há fortes probabilidades de ter sido encomendada) e deu a resposta que
queria dar. Aliás, só mesmo num clube como o Sporting se pode achar que a
resposta de Jesus, qualquer que tenha sido o contexto em que foi proferida, é
uma resposta compreensível e justificável. Ainda não vimos ninguém no Sporting,
desde aqueles dos quais nada há a esperar, como Bruno de Carvalho, Inácio, Rui
Santos ou Barroso, até àqueles onde se poderia suspeitar a existência de outra
conduta, como Rogério Alves, Oliveira e Costa ou Daniel Sampaio, que não seja a
aceitação pura e simples ou a justificação do execrável comportamento de Jesus.
Conclusão: são todos farinha do mesmo
saco!
E sobre este assunto não vale a pena dizer mais nada. Assim
como está, fica muito bem encerrado: Jesus faz parte da “superioridade moral”
do Sporting.
Quanto ao jogo com o Braga, palavras para quê? O arauto da
mentira desportiva, acossado perante tanto favorecimento denunciado urbe et orbi, não pôde deixar de dizer
que João Pereira (mas com dúvidas...), João Mário e Selimane (mas logo a seguir
desculpado) deveriam ter vindo para a rua. Em contrapartida inventou um penalty a favor do Sporting (que teria
ficado por marcar), esquecendo-se que somente há falta quando o jogador toca
deliberadamente a bola com o braço ou com a mão, e, maravilha das maravilhas,
inventou uma nova imagem, pretensamente sobreposta à imagem original, para “mostrar”
que a mão do jogador do Braga foi dentro da área. De sublinhar ainda o incómodo
do dito sportinguista por este ano haver várias vozes a falar de futebol,
referindo-se muito provavelmente àquelas vozes que semana após semana
desmascaram o seu faccioso comportamento.
O Sporting continua, assim, ao ataque. Goza dos favores da
arbitragem (já lá vão mais de dez pontos) e monta nas televisões uma campanha
tendente a demonstrar que “feitas as contas” ainda ficou a perder. Percebe-se
também que o Benfica continua sendo o alvo principal dos seus ataques, o que
pressupõe que não considera o Porto como uma ameaça. Pelo menos, assim tem sido
até aqui durante a era Lopetegui. Veremos como será daqui para a frente.
Curiosamente, do lado dos comentadores portistas, nota-se o mesmo. O Sporting,
apesar de reiterada e escandalosamente beneficiado, também não é o alvo principal
dos seus ataques. Para eles, o inimigo a abater é o Benfica: empolam-se
pequenos erros de arbitragem ou inventam-se, se eles não existem, ou, quando
nem uma coisa nem outra se pode fazer, insinua-se que a equipa adversária
facilitou ou, pior ainda, “deixou-se bater”.
Tudo razões que fazem acreditar que o Benfica está no bom
caminho!
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