quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

ROGÉRIO ALVES, RUI SANTOS E & C.ª




A DEFESA DO INDEFENSÁVEL



Os comentadores do Sporting, abusando da inteligência dos espectadores, desdobram-se em explicações para demonstrar o indemonstrável: que Jesus foi induzido em erro pelo dito jornalista Gonçalo Ventura (um sportinguista da “verdade desportiva”, ou seja, da equipa de Rui Santos, com tudo o que isto tem de lisura de processos) e que o árbitro Jorge de Sousa prejudicou por igual o Sporting e o Braga (aqui distanciam-se um pouquinho de Jesus que, como se sabe, sempre que a sua equipa é escandalosamente beneficiada pela arbitragem, qualifica-a de excelente).

Rogério Alves perdeu parte do seu tempo a tentar demonstrar que Jesus reagiu a uma pergunta que assentava em dados falsos. E acha que os telespectadores vão na conversa dele. Acontece, como toda a gente sabe, que Rui Vitória não teve qualquer conversa privada com o dito jornalista do Sporting. O que Rui Vitória disse, disse-o em público e foi repetido nas televisões vezes sem conta. Todos os que estavam presentes na conferência de imprensa de Jesus, dada posteriormente, tinham perfeito conhecimento do que havia sido dito, a começar por Jesus.

Portanto, Jesus teve a pergunta que queria ter (há todas as razões para supor, vinda de onde veio, que a pergunta não só não era inocente como há fortes probabilidades de ter sido encomendada) e deu a resposta que queria dar. Aliás, só mesmo num clube como o Sporting se pode achar que a resposta de Jesus, qualquer que tenha sido o contexto em que foi proferida, é uma resposta compreensível e justificável. Ainda não vimos ninguém no Sporting, desde aqueles dos quais nada há a esperar, como Bruno de Carvalho, Inácio, Rui Santos ou Barroso, até àqueles onde se poderia suspeitar a existência de outra conduta, como Rogério Alves, Oliveira e Costa ou Daniel Sampaio, que não seja a aceitação pura e simples ou a justificação do execrável comportamento de Jesus. Conclusão:  são todos farinha do mesmo saco!

E sobre este assunto não vale a pena dizer mais nada. Assim como está, fica muito bem encerrado: Jesus faz parte da “superioridade moral” do Sporting.

Quanto ao jogo com o Braga, palavras para quê? O arauto da mentira desportiva, acossado perante tanto favorecimento denunciado urbe et orbi, não pôde deixar de dizer que João Pereira (mas com dúvidas...), João Mário e Selimane (mas logo a seguir desculpado) deveriam ter vindo para a rua. Em contrapartida inventou um penalty a favor do Sporting (que teria ficado por marcar), esquecendo-se que somente há falta quando o jogador toca deliberadamente a bola com o braço ou com a mão, e, maravilha das maravilhas, inventou uma nova imagem, pretensamente sobreposta à imagem original, para “mostrar” que a mão do jogador do Braga foi dentro da área. De sublinhar ainda o incómodo do dito sportinguista por este ano haver várias vozes a falar de futebol, referindo-se muito provavelmente àquelas vozes que semana após semana desmascaram o seu faccioso comportamento.

O Sporting continua, assim, ao ataque. Goza dos favores da arbitragem (já lá vão mais de dez pontos) e monta nas televisões uma campanha tendente a demonstrar que “feitas as contas” ainda ficou a perder. Percebe-se também que o Benfica continua sendo o alvo principal dos seus ataques, o que pressupõe que não considera o Porto como uma ameaça. Pelo menos, assim tem sido até aqui durante a era Lopetegui. Veremos como será daqui para a frente. Curiosamente, do lado dos comentadores portistas, nota-se o mesmo. O Sporting, apesar de reiterada e escandalosamente beneficiado, também não é o alvo principal dos seus ataques. Para eles, o inimigo a abater é o Benfica: empolam-se pequenos erros de arbitragem ou inventam-se, se eles não existem, ou, quando nem uma coisa nem outra se pode fazer, insinua-se que a equipa adversária facilitou ou, pior ainda, “deixou-se bater”.

Tudo razões que fazem acreditar que o Benfica está no bom caminho!

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