quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A LIDERANÇA DO SPORTING É DE TIPO FASCISTA?




O QUE IMPORTA ACAUTELAR




O Sporting é dirigido por fascistas? A liderança do Sporting é de tipo fascista? Bem sabemos que o fascismo é uma doutrina política que visa pôr em prática um projecto de sociedade. Seguramente, para felicidade de todos nós, o Sporting não tem capacidade para tanto, nem a ordem política portuguesa lho permitiria.

Sucede, porém, que no governo de entidades de natureza associativa que funcionam com relativa autonomia é possível tentar pôr em prática princípios e características semelhantes aos que norteiam as sociedades fascistas. Assim, o poder absoluto do chefe e a idolatria com que é seguido; o desrespeito, melhor dizendo, o desprezo pelos adversários imediatamente transformados em inimigos a abater; a completa ausência de debate e de pluralismo de opiniões; o desprezo pela lei e pelas mais elementares liberdades.

O rosário poderia continuar ou até ser apresentado com outra elaboração. Mas basta o que está dito. E a partir do que está dito não é difícil perceber que a actual liderança do Sporting e os seus principais sequazes perfilham princípios e põem em prática ideias muito parecidas com as que governam as sociedades fascistas.

O presidente do Sporting é idolatrado pela generalidade dos adeptos, sejam eles trabalhadores indiferenciados e incultos ou catedráticos. Diga ele o que disser, faça ele o que fizer, é imediatamente apoiado por todos eles e todas as suas actuações são justificadas, com argumentação pretensamente elaborada ou não, consoante o apoiante, por mais grotescas e malcriadas que elas sejam. Tudo em nome do “supremo interesse” que o líder define e tem por meta concretizar.

O Sporting não tem adversários. O Sporting tem inimigos. Muitos inimigos! Inimigos que devem ser abatidos, neutralizados por qualquer meio. O Sporting, a actual liderança do Sporting, não aceita no seio da sua colectividade qualquer divergência de fins, qualquer diferença de opinião, qualquer interpretação ou apreciação que não seja a veiculada pelo presidente. Quem ousar divergir é expulso, ameaçado de expulsão e vilipendiado na praça pública. Finalmente, o Sporting, em nome de fins que são exclusivamente seus, não aceita a hegemonia da lei. O Sporting quer em todas as ocasiões e para todos os casos uma lei à sua medida. Seja ela a lei do futebol, a lei que regula o jogo ou a lei aplicável a todos os cidadãos. Em todas estas situações a liderança do Sporting exige um tratamento à medida dos seus interesses. E insulta, calunia ou ameaça, não tendo qualquer pejo em adoptar os comportamentos mais grosseiros ou usar as expressões mais abjectas, sempre que a norma que lhe deve ser aplicada se não ajusta à medida dos seus interesses. 

Evidentemente que estes comportamentos do presidente e dos demais órgãos directivos do Sporting não teriam grande importância, ou dizendo de outro modo, até teriam muito pouca importância e morreriam pelo ridículo se não fosse dar-se o caso – e dá-se – de os princípios em que os mesmos se inscrevem serem fielmente seguidos por uma legião de adeptos e simpatizantes, alguns dos quais com assento regular nos principais órgãos de informação, sejam eles da imprensa escrita, radiofónica ou televisiva.

Todos estes sequazes da liderança sportinguista, tão fanatizados quanto ela, propagam semanalmente, em vários dias da semana, a mesma semente de ódio e de intolerância que o presidente regularmente alimenta sempre que os seus interesses não são atingidos.

O que se passou no último fim-de-semana, depois do jogo com o Tondela, em que o Sporting empatou por via de uma excelente exibição da equipa beirã, é o exemplo acabado de tudo o que acima se afirma.

Em uníssono com o presidente, os fanatizados adeptos com voz na comunicação social recusaram-se todos eles, com excepção da posição mitigada assumida apenas por um, a “ver” o que todo o mundo viu, continuando a alimentar um clima de confronto que pode ter consequências nefastas para o futebol em Portugal. Recusaram-se todos eles a censurar o comportamento, por palavras e por actos, do presidente do Sporting. Todos eles, sem excepção, estavam também de acordo em que um acto legal (jogar a bola com a cabeça) tivesse sido gravemente punido (penalty), por esta ser a consequência coincidente com os interesses do Sporting.

Insisto, desde os assalariados que representam a “voz do dono” (apesar de já terem tido outros donos), passando pelos licenciados, até aos catedráticos, todos, sem excepção, aplaudem o comportamento do presidente e julgam-no justificado.

Se as autoridades não actuarem rapidamente com muita firmeza, sejam elas as autoridades desportivas ou outras, isto vai acabar mal. Pelo caminho que as coisas vão, isto vai acabar muito mal!

É preciso actuar e punir exemplarmente!

1 comentário:

Anónimo disse...

Há de facto um jiadysmo no Sporting, como agora se torna evidente com a proibição de os atletas usarem qualquer tipo de vestuário ou acessórios com a cor vermelha. O Sporting é uma espécie de Arábia Saudita do futebol!