quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

BENFICA-MARÍTIMO




ERROS RECORRENTES QUE IMPORTA CORRIGIR

Raul Jiménez

Há erros recorrentes no jogo do Benfica que importa urgentemente corrigir. Podem não ter importância num jogo contra uma equipa mais fraca, mas podem ser fatais - e quase sempre são - contra uma equipa mais forte.

Vamos ao primeiro, que tem a ver com o golo. Ontem, Jimenez falhou por duas vezes o golo na cara do guarda-redes. Falhou, mas não deveria ter falhado da forma como falhou. Então vejamos porquê.

Na primeira situação Jimenez seguia isolado, obliquamente, em direcção  para a baliza. José Sá saiu da baliza e fez a mancha rente ao chão para lhe tapar o ângulo. Jimenez fez o que não devia: rematou rasteiro. Obviamente que rematando rasteiro a probabilidade de a bola bater no guarda-redes é muito grande. Se o avançado a tivesse "picado" ligeiramente de modo a sobrevoar o corpo do guarda-redes a hipótese de fazer golo era consideravelmente superior.

Na segunda situação, Jimenez voltou a ficar isolado em consequência de um azar do defesa maritimista, que escorregou ao tentar dominar a bola. De frente para o guarda-redes, que saiu de pé, Jimenez tentou fazer um "chapéu" que saiu muito por alto. Naquela situação o êxito de um "chapéu" só está ao alcance dos grandes executantes. Como não é o caso, o que Jimenez deveria ter feito era uma pequena simulação e rematar rasteiro junto ao guarda-redes. A hipótese de golo em tais circunstâncias é quase de cem por cento.

Se Jimenez não sabe isto, alguém tem de lhe ensinar, já que no futebol moderno nenhuma equipa se pode dar ao luxo de falhar duas situações como as descritas, principalmente a segunda.

Em, conclusão: não foi por azar que a bola não entrou nas duas situações. Foi porque houve uma errada execução. O treinador tem de ensinar isto aos jogadores.

Uma outra situação recorrente no futebol do Benfica é a de André Almeida ficar frequentemente sozinho perante o seu adversário directo. Conhecendo-se, como se conhecem, as características de André Almeida, deixá-lo ficar sem apoios é meio caminho andado para que se crie uma situação perigosa para a baliza do Benfica. Ou é central do lado direito da defesa que tem de o dobrar ou apoiar, tendo neste caso o Fejsa que rapidamente ocupar o espaço do central deslocado, ou é um médio que tem de fazer esse trabalho. Do lado direito, o problema é mais grave, não apenas pelas características de André Almeida, mas também por Lisandro ser um central que joga muito bem no centro da área, mas que tem muita relutância em dobrar os colegas nas laterais, contrariamente ao que se passa com Jardel que nesse aspecto é muito mais eficaz.

Imperdoável é também perder a bola à saída da área, quando se tenta sair a jogar, como ontem aconteceu com Jonas.

Há mais, mas estes são os mais frequentes e os que podem causar mais dano ao Benfica. São erros que têm urgentemente de ser corrigidos.

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