quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MOURINHO E RONALDO PÕEM CASTELA A SEUS PÉS












CONTRA A ARROGÂNCIA CASTELHANA A EFICIÊNCIA PORTUGUESA

Só quem acompanha de muito perto a imprensa madrilista pode fazer uma ideia da sobranceria com que Mourinho tem sido tratado pelos castelhanos. Mourinho tem estado à altura do desafio. Nunca se deixou vergar. Sempre respondeu com altivez e confiança. Nunca se identificou com Castela nem com as suas virtudes. Pelo contrário, sempre fez questão de realçar as suas, confiante e decidido na rota a prosseguir quaisquer que fossem as críticas.
Mesmo os que em Portugal não gostam do futebol de Mourinho ou nem sempre apreciam a sua arrogância, têm de se sentir orgulhosos por essa altivez e arrogância ser agora exibida, sem contemplações, na terra onde é menos apreciada.
A equipa não marcava golos, não fazia futebol bonito, enfim, Mourinho não percebia o que era o Madrid: o Real Madrid hegemónico de Franco e seus sequazes. Mourinho, sempre de fora, seguiu o seu caminho, indiferente à ideia que na realidade estava por detrás de todas as críticas: é o Madrid que molda o treinador e não o treinador que molda o Madrid!
Indiferente, Mourinho continua a ganhar, a jogar cada vez melhor, a marcar golos …e a falar na Liga inglesa como exemplo do que é o futebol. Serve aos espanhóis o que eles nunca conseguem tragar: as virtudes alheias, por mais óbvias que sejam.
Curiosamente, Ronaldo – quem diria – segue-lhe o exemplo. Mourinho protegeu-o e ensinou-o. Hoje já começa a ser outro jogador, sem perder nenhuma das qualidades que o fizeram famoso. Confia no seu trabalho e nos seus êxitos. A sua confiança já não advém do que pensam os adeptos, mas da estima em que é tido pelo treinador.
Ricardo Carvalho, eficientíssimo e discreto, ensina aos madrilistas como se joga no centro da defesa. Acabou a “maldição” dos centrais merengues.
Os três, com Mourinho ao lema, seguros da sua classe, olham com sobranceria para a arrogância castelhana.
Ainda hoje Cruyff reconhece que Mourinho é um grande treinador…mas nunca seria o treinador da sua equipa. Porquê? Porque não representa o clube.
É isso mesmo, Mourinho está de fora. Nunca, como em Madrid, tal atitude pode deixar de ser enaltecida pelos portugueses. Nunca, como em Madrid, tal atitude é apenas suportada pelo estado de necessidade em que o clube se encontra.
Todavia, na hora da partida pedir-lhe-ão para ficar…e muito provavelmente ele dirá não!

1 comentário:

Unknown disse...

A auto-estima dos portugueses anda muito por baixo em quase todas as áreas de actividade...No entanto, no futebol, não temos razões de queixa. Atrevo-me mesmo a dizer que Mourinho e C.Ronaldo, com os seus êxitos repetitivos, constituiram-se numa "espécie de farol incentivador" de muitos que, descrentes da actual evolução politica interna, aguardam a chegada de um "novo e talentoso chefe politico" que os venha redimir...A sério, Mourinho e C. Ronaldo parecem ser boas pessoas, para além de serem, cada um na sua função, o que de melhor surgiu ultimamente em Portugal e no Mundo. Terão de ser todos os outros portugueses, com mais ou menos talento, gostem ou não de futebol, a fazer um esforço para se elevar a niveis de maior progresso, bem-estar, cultura e civismo.