O PORTO FOI UM DIGNO VENCIDO
No jogo desta noite realizado no Mónaco para decidir o título da Supercopa europeia o Barcelona derrotou o FC Porto por 2-0 com golos de Messi e de Fabregas.
Três conclusões importa retirar do jogo que hoje opôs o campeão europeu ao vencedor da Liga Europa.
Em primeiro lugar, o Barcelona é sem qualquer espécie de dúvida a melhor equipa do mundo e, muito provavelmente, pelo que vem jogando desde que Guardiola assumiu o comando a melhor equipa de futebol de todos os tempos. Não é, por isso, fácil jogar contra o Barcelona, tanto pelo valor individual dos seus jogadores, como futebol de equipa que exibe. Aliás, as duas coisas estão intrinsecamente ligadas: são as grandes equipas que fazem grandes os jogadores que as compõem e são os grandes jogadores de equipa que fazem grandes as equipas em que alinham.
Em segundo lugar, é preciso dizer que o Porto jogou muito bem contra o Barcelona, tanto pelo que jogou, como pelas dificuldades que criou ao jogo do Barcelona. O Porto foi batido no primeiro tempo por um erro clamoroso de Guarin e pela super classe de Messi. Não merecia ir para o intervalo a perder. Não sendo uma equipa comparável à do Barcelona, o Porto naqueles primeiros 45 minutos justificou a igualdade tanto quanto o seu adversário. No segundo tempo o Barcelona continuou a controlar o jogo, sem nunca subjugar o Porto, que apenas foi traído a poucos minutos do fim por duas expulsões (Rolando e Guarin): a primeira consequência da superioridade de Messi sobre qualquer adversário; a segunda da exclusiva responsabilidade de Guarin com mais uma entrada assassina sobre Fabregas. Recebeu – e bem – o vermelho directo.
Em terceiro lugar, as duas outras lições que se tiram deste jogo são as seguintes: o Porto deu uma lição ao Real Madrid e, principalmente a Mourinho, sobre como jogar contra o Barcelona: sem medo, jogando um futebol corajoso com base num rigoroso alinhamento da defesa e sem violência (a brutalidade de Guarin, percebeu-se, é da sua exclusiva responsabilidade e nada tem a ver com uma específica estratégia da equipa); a segunda respeita às evidentes diferenças entre uma arbitragem europeia e as arbitragens a que o Porto está habituado nos jogos internos.
Convém desenvolver um pouco este tema: Hulk não se atirou para o chão nos pontapés de canto nem foram tentadas simulações de qualquer género. O árbitro, apesar de ser o da “Marisqueira de Matosinhos”, agiu quase sempre bem e com rigor. Marcou contra o Barcelona dois livres directos, à entrada da área, um deles por mão de um defesa do Barcelona numa bola chutada de muito perto. Agiu correctamente, ao contrário do que por cá se faz em certos jogos. Interrompeu inexplicavelmente uma jogada de ataque do Barcelona, quando Xavi já corria isolado para a baliza, para marcar uma falta ligeira sobre Daniel Alves cometida perto da área do Porto. No lance entre Keita e Guarin, em que os portistas reclamaram grande penalidade, o árbitro agiu correctamente, deixando seguir o jogo. De facto, tratou-se de um choque normal entre os dois jogadores, um choque para o qual ambos concorreram em igualdade de circunstâncias. Aliás, quando se dá o choque a bola está atrás dos pés de Guarin e não à frente.
Em conclusão: o Porto perdeu, o Barcelona ganhou bem, mas sem o erro clamoroso de Guarin e sem os carões vermelhos, ambos indiscutíveis, o Porto poderia muito naturalmente ir para prolongamento. É o mais que se pode dizer.
Mais duas notas: uma sobre a equipa do Porto. Álvaro Pereira faz falta e Falcão não tem nem vai ter substituto à altura. A outra sobre os comentadores da RTP. Não são comentadores: são treinadores do FCP com microfone na mão.
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