A “HINCHADA” ESTÁ COM MOURINHO
Mourinho deu ontem mais um passo inequívoco no sentido do plano que pretende pôr em prática no Real Madrid para afrontar a presente época desportiva. Num jogo particular, contra o Galatasaray, Mourinho colocou Casillas no banco e pôs Adán a jogar. Ou seja, num jogo em que testava junto dos “hinchas” do Real Madrid as consequências do seu recente comportamento em Camp Nou, pode dizer-se que Mourinho saiu claramente vencedor. Numa espécie de plebiscito informal, bem ao jeito dos caudilhos, a “hinchada” respondeu com um apoio sem falhas ao timoneiro Mou, expresso em dezenas de cartazes que de uma ponta à outra do estádio ornamentavam as bancadas do Santiago de Berbabéu.
Para culminar, a sua ousadia foi ao ponto de deixar Casillas no banco, decisão que toda a gente interpretou como um castigo aplicado ao grande guarda-redes por, depois dos acontecimentos de Camp Nou ,ter telefonado a Puyol e a Xavi, seus amigos, rectificando as declarações que ele próprio fizera no fim do jogo.
Engana-se, portanto, quem supõe que Mourinho poderia abandonar a sua estratégia ou condescenderia no amolecimento da crispação que criou. Pelo contrário, vai exacerbá-la e levá-la às últimas consequências, porque é dentro desse clima de ódio, de desprezo pelo adversário transformado em inimigo, nesse contexto por ele tido como fundamental para o desempenho da sua função, que Mourinho se sente bem.
Apesar de o Real Madrid também ter uma forte tradição de caudilhismo e apesar de cerca de metade da sociedade espanhola viver na nostalgia do caudilhismo, Mourinho não vai sair vitorioso desta sua estratégia tanto razões exógenas como endógenas ao Real Madrid - razões que neste blogue já foram por várias vezes explicitadas. E mesmo este “aviso” a Casillas vai jogar contra si. Não lhe vai bastar ter na imprensa o apoio da Marca e no balneário o da “turma” de Jorge Mendes mais o de Sérgio Ramos. É pouco…
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