quinta-feira, 25 de agosto de 2011

TRÊS LANCES DO BENFICA –TWENTE




QUE JORGE JESUS DEVE REVER
 1 – O primeiro remate de Nolito - A primeira grande oportunidade de golo do Benfica resulta de uma jogada de Nolito, na fase inicial do encontro, que isolando-se pela esquerda tentou, já muito próxima da baliza, fazer o golo passando a bola por cima da cabeça do guarda-redes holandês. O remate saiu ao lado. Jesus protestou e na primeira vez que Nolito se aproximou da linha lateral deu-lhe uma valente reprimenda. Mas sem razão. Sem qualquer razão. Ao contrário do que Jesus supõe, Nolito não tinha a quem passar a bola. Gaitan que acompanhava o lance posicionou-se mal, coberto pelo defesa holandês. E do outro lado não estava ninguém do Benfica. Só gente do Twente. Jesus deveria ter aplaudido Nolito, que sentiu muito a reprimenda, a ponto de dai para a frente se ter visto "compelido" a prescindir da jogada individual para fazer um passse que em muitos casos "matava"a dinâmica de jogo, só para não de voltar a ouvir o treinador. Noutras ocasiões, em situações semelhantes, tem feito coisas bem mais interessantes, coisas que no jogo de ontem teve de prescindir por pressão do treinador.
Há razões para supor que Jesus, irracionalmente, embirra com Nolito. Moraliza Cardozo, mesmo quando comete asneiras imperdoáveis, e desmoraliza Nolito. Está errado.

2 – O segundo golo de Witsel – Já se sabe que Witsel é um jogador com escola. E também um jogador inteligente. Mas se acaso havia alguém, distraído, que não sabia, ficou a partir de ontem a saber. A jogada do terceiro golo do Benfica é toda ela perfeita. O primeiro toque de Aimar, o soberbo lançamento de Cardozo, isolando Witsel, mas tudo se perderia se o executante da última fase da jogada não fosse, como é, um jogador de eleição. Witsel correu isolado para a baliza com um adversário à ilharga. Perto da área, para aliviar a pressão e simultaneamente abrir o ângulo de remate, flectiu para o lado o seu lado direito e rematou rasteiro, sem defesa para o lado direito do guarda-redes. Parece fácil, mas não é. Ou dito de outra maneira, o que é feito com inteligência torna-se fácil. Se Witsel tivesse feito o que faz a maior parte dos jogadores portugueses ou sul-americanos que por cá andam muito provavelmente continuaria a correr na direcção do guarda-redes, fechando cada vez mais o ângulo de remate e possibilitando o tackle do defesa que o perseguia. Vale a pena passar esta jogada nas escolas de futebol
3 – Último remate de Cardozo – Numa jogada pela direita, salvo erro conduzida por Maxi Pereira, a bola foi endossada a Cardozo que, depois de se ter virado, numa daquelas voltas sobre si próprio e sobre o adversário que ultimamente tem feito com muito sucesso, rematou com força e sem ângulo à figura do guarda-redes. Isolado, em posição frontal à baliza, desguarnecida, estava Witsel. Seria o 4-0. Jesuis não censurou Cardozo. Cardozo precisa de “mimo”, mesmo quando faz asneiras…

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