terça-feira, 23 de agosto de 2011

O SPORTING E A ARBITRAGEM



O QUE VERDADEIRAMENTE ESTÁ EM JOGO



Não há hoje a menor dúvida de que o Sporting pretende criar um clima de constrangimento sobre a arbitragem para que os árbitros, em caso de dúvida, apitem sempre a seu favor.

A estatística dos últimos anos aponta inequivocamente no sentido de o Sporting ser o clube mais favorecido pelos erros de arbitragem. O ano passado se não tivessem sido os erros que o favoreceram o Sporting teria ficado bem abaixo do Braga. Acontece, todavia, que o Sporting, para escamotear os múltiplos erros de gestão em que a sua direcção tem incorrido ao longo dos anos, soube mediaticamente prevalecer-se de duas situações em que saiu desfavorecido, para, a partir delas, e com base numa aliança tácita com o Futebol Clube do Porto, criar um clima de vitimização em nada correspondente à realidade.

Referimo-nos ao penalty do jogo da final da Taça da Liga que permitiu ao Benfica empatar o jogo e depois ganhá-lo no desempate por grandes penalidades e ao jogo contra o Beira-Mar, há duas épocas atrás, em que o clube de Aveiro marcou no início do jogo um golo com a mão, acabando por vencer a partida por 1-0.

Em ambos os casos, a irregularidade somente se detectou pela televisão, após múltiplas repetições de diversos ângulos, não sendo portanto legítimo a partir destes dois casos tirar quaisquer outras consequências que não sejam as de que num jogo de futebol há erros, cometidos por todos …e também pelos árbitros.

Depois, tanto num jogo como noutro, o Sporting, se fosse realmente superior, teria tido tempo mais do que suficiente para dar a volta ao jogo. Não fez por falta de classe e não por culpa dos árbitros.  

Mas há mais: depois da demissão de Bettencourt, Carlos Freitas, então ao serviço do Braga, entrevistado pela televisão, demonstrou que ao Sporting, ao contrário do que se diz, não tem faltado dinheiro, mas talento directivo e ilustrou as suas declarações com as centenas de contratações falhadas pelo clube de Alvalade, concluindo que, com tantos erros, não há clube que resista.

Pois é esse mesmo Carlos Freitas que agora ao serviço do Sporting e apenas com duas jornadas cumpridas vem declarar que o campeonato já perdeu toda a credibilidade depois do que se passou nas duas primeiras jornadas. E tudo isto porquê? Porque, como já se viu, o Sporting não joga rigorosamente nada e tudo aponta para mais um rol de contratações falhadas. O esforço financeiro que o Sporting realizou para esta época está longe de poder ser compensado em campo por manifesta falta de classe dos jogadores contratados. Mas não somente por isso. Também por qualquer coisa de muito negativo que se passa dentro do clube que faz com alguns – não todos – dos jogadores contratados pelo Sporting tenham em Alvalade um rendimento bem inferior ao que exibiram noutras equipas, inclusive nas respectivas selecções.

Por último, percebe-se que o Sporting, subalternizando-se, mantém a sua aliança tácita com o FCP. Como se vê pelas declarações prestadas pelos dirigentes leoninos, eles não estão nada preocupados com os penalties mal assinalados a favor do Porto – penalties inexistentes aos alhos de qualquer espectador imparcial – mas apenas com o facto de em idênticas circunstâncias não serem marcados contra o Benfica!

É esta a credibilidade que o Sporting quer trazer ao futebol português! Um credibilidade que apenas o favoreça e, se possível, também ao Porto, contra o qual, depois de Dias da Cunha-fase II, o Sporting nunca mais levantou a voz nem publicamente contestou as vantagens que o clube das Antas retira dos “erros” de arbitragem.


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