BARÇA EM BAIXO
Mourinho mais uma vez derrotou o Barcelona na Copa do Rei. Em
si esta vitória não teria uma importância por aí além se não fosse dar-se o
caso de Mourinho precisar muito dela para orientar o seu próximo futuro. Só por
isso ela é muito importante. Muitíssimo importante.
Mourinho trava no Real Madrid uma luta de tudo ou nada pelo
poder. Mourinho não se contenta com pouca coisa. Quer sempre tudo. E o que ele
quer é mandar no Real Madrid e ter uma equipa que lhe obedeça cegamente.
Para isso Mourinho, no que resta desta época, precisa de
voltar a ganhar ao Barcelona no próximo fim-de-semana, eliminar o Manchester
United na quarta-feira seguinte e ganhar a Liga dos Campeões Europeus.
Se ganhar ele terá condições para exigir a Florentino Perez
todo o poder e poderá, finalmente, “limpar o balneário” a seu gosto. Dispensará
Casillas, Sérgio Ramos, Higuain, ponderará o que fazer a Özil, e construirá uma
equipa onde ninguém ousará discutir as suas ordens por mais estranhas e
impróprias que elas sejam.
Não voltará a acontecer no Real Madrid o que aconteceu nestes
três últimos anos, em que Mourinho ainda não tinha chegado a casa e já as
redacções dos jornais sabiam o que se tinha passado no balneário. Notícias como
as de ontem, na véspera do jogo com o Barcelona, não voltariam a circular.
Ninguém iria saber que Mourinho exigira aos seus jogadores que provocassem
Messi e Dani Alves, tendo recebido uma rotunda negativa da generalidade dos
seus pupilos com excepção de Xabi Alonso, Arbeloa e Essien. E tantas outras
coisas que ao longo destes três últimos anos passaram para o domínio público
numa guerra entre Mourinho e os jogadores que lhe disputam o direito, de além
de atletas, serem também cidadãos.
Essa é uma hipótese, a outra, bem ao jeito de Mourinho, é sair
por cima deixando o Real Madrid com a 10.ª vitória na Liga dos Campeões, sabendo-se,
como se sabe, que esse é um dos objectivos que o Madrid persegue, sem êxito,
desde que Del Bosque deixou o clube. Sair e se possível com uma soberba
indemnização.
O jogo desta noite inscreve-se nesse núcleo de vitórias que Mourinho
precisa para escolher uma das duas alternativas acima referidas.
No que respeita propriamente à partida desta noite, que o Barça perdeu por
1-3, com dois golos de Cristiano Ronaldo e um Varane, a equipa confirmou a queda que
de forma progressiva se vinha manifestando desde há desde há alguns jogos.
Provavelmente, ganhará o campeonato, porque a distância que o separa do segundo
classificado é muita, mas não ganhará mais nada.
Cristiano Ronaldo, rapidíssimo no contra-ataque, demonstrou
estar em grande forma e pela primeira vez nos confrontos entre os dois clubes “arrumou
Messi” num canto.
O Real Madrid marcou três mas poderia ter marcado mais, enquanto
o Barça marcou um, por Jordi Alba, e não justificava mais, apesar de ter ficado
por assinalar um penalty sobre Pedro.
Mais uma vez ficou evidente que o Barça tem um sério problema
na parte central da defesa. Piqué é um verdadeiro desastre. E mais uma vez
protagonizou uma cena de protestos injustificados por um penalty sobre Ronaldo que não tem discussão possível.
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