sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

AS EQUIPAS PORTUGUESAS NA LIGA EUROPA


JORNADA GLOBALMENTE POSITIVA

São aceitáveis os resultados das equipas portuguesas na Liga Europa. O Benfica terá ficado aquém do se esperava. O Porto esteve ao nível dos jogos anteriores. O Braga perdeu pela diferença mínima e vai ter dificuldades em casa. O Sporting fez um bom resultado na Escócia.
Começando pelo Porto que quase só soma vitórias: teve alguma sorte no segundo golo, fruto de uma infantilidade da defesa do Sevilha, mas foi sempre melhor equipa, embora com algumas dificuldades nas alas. Se tudo correr normalmente, passará a eliminatória. O Sevilha não tem equipa para surpreender o Porto, nem sequer para fazer no Dragão um jogo semelhante ao que fez em Madrid, contra o Real. Tem, portanto, o seu destino traçado, de resto em consonância com o fraco campeonato que internamente vem fazendo.
O Braga esteve mais ou menos igual a si próprio. O Braga deste ano, por isto ou por aquilo, fica sempre aquém do que se espera. Ontem perdeu por 1-0 que é sempre um resultado muito ingrato nos jogos a eliminar. Não tem a eliminatória perdida, mas também está muito longe de poder repetir em casa o que fez contra o Arsenal. É que o Poznam não virá a Braga jogar aberto. E já se viu que no contra-ataque é capaz de marcar. O jogo da segunda volta será muito difícil e o Braga cometerá um grande feito se passar a eliminatória.
O Sporting fez um bom resultado em Glasgow, jogando mais ou menos ao nível a que este ano tem estado. O principal problema do Sporting é ter de jogar o segundo jogo em casa, onde raramente ganha. É certo que não precisa de ganhar para passar, basta-lhe empatar a zero, que é um dos tais resultados que quase nunca se alcança quando se joga para ele. Em suma: o Sporting é uma incógnita. Teoricamente tem todas as condições para passar, mas em Alvalade tudo pode acontecer.
O Benfica ganhou à tangente a uma equipa que, apesar de estar muito mal classificada na Bundesliga, nem por isso deixa de ser um conjunto constituído por excelentes jogadores, capazes de interpretar muito bem um esquema táctico, como ontem se viu.
O Benfica encarou a partida com triunfalismo. Jesus disse que era natural que o Stuttgart estivesse assustado. Viu-se que não estava e quem ficou assustado, no primeiro tempo, com o jogo da equipa alemã foi o Benfica, que não conseguia ligar o seu jogo. De certo modo, o Stuttgart fez em Lisboa ao Benfica aquilo que o Benfica fez no Dragão ao Porto. Pressionou alto o Benfica e desorientou-o. Mas há uma diferença: o Benfica, embora com dificuldade, conseguiu reagir, tendo-lhe valido não apenas a categoria dos seus jogadores, mas principalmente a sua excelente condição física. Quando os alemães quebraram, por volta dos 70 minutos, o Benfica agigantou-se e acabou o jogo em bom plano, tendo até perdido algumas oportunidades para aumentar a diferença.
De salientar, na equipa do Benfica, a excelente exibição laterais, Maxi e Coentrão, principalmente na segunda parte, o jogo inteligente de Aimar, a quebra de Salvio relativamente ao que têm sido as suas prestações, a segurança de Luisão e o incansável trabalho de Jara e também de Gaitan. Javi teve muitas preocupações defensivas e Sidnei ficou um pouco aquém dos últimos jogos. Cardozo, que estava um pouco desaparecido do jogo, com pouca bola, embora muito presente no jogo aéreo, acabou por dar sinal de si no momento em que era mais preciso. Empatou o jogo com um bom remate e confirmou o golo de Jara.
Na baliza Roberto cumpriu. O golo não tinha defesa.
Na Alemanha, onde nunca ganhou, o Benfica vai ter dificuldades. A eliminação terá um efeito devastador no ânimo dos adeptos e acabará por prejudicar a equipa. Mais do quer em qualquer outra competição, o Benfica está jogando a época na Liga Europa. E se alguma lição se pode tirar do jogo da Luz é a de que o triunfalismo nunca compensa. E a outra, que já se sabia, mas que, pelos vistos, é frequentemente esquecida, é a de que a Liga portuguesa não se pode comparar às grandes Ligas da Europa. São constituídas por equipas muito mais competitivas, sempre capazes, apesar da classificação em que estão, de ombrear com grandes equipas, tanto no seu campeonato, como nos jogos internacionais.

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