OS PROGRAMAS DESPORTIVOS
Quis o acaso que neste começo de semana tivesse visto o essencial de dois programas desportivos, cujos comentadores são adeptos dos três grandes e participam nos respectivos programas em defesa dos seus clubes.
É um exercício de delicado, a mais das vezes votado ao insucesso. Daí que frequentemente aqui se tenha dito que se trata de programas para atrasados mentais. Mesmo assim, dá para ver quem é menos atrasado…
Começando pelo jogo do Sporting e esclarecendo um facto: não há na primeira Liga portuguesa clube que este ano tenha sido mais favorecido que o Sporting. Provavelmente, trata-se de erros, mas nem por isso deixam de ser erros graves. Também é verdade que o Sporting nem sempre tem sabido aproveitar esses inúmeros erros, como naquele ano em que beneficiou de inúmeros penalties e falhou-os quase todos. Mas disto ninguém tem culpa. Melhor dizendo: a culpa a existir é toda do Sporting.
Depois o Sporting faz uma “choradeira” imensa sempre que qualquer coisinha o prejudica. Tudo consequências da actual situação (que já não é assim tão actual como parece…) do clube.
No jogo de Olhão, o Sporting marcou o primeiro golo em fora de jogo. Pode admitir-se que é um lance difícil da ajuizar “em velocidade normal”, coisa que os comentadores do Sporting nunca concedem aos outros, mas nem por isso deixa de ser em fora de jogo. Por outro lado, houve um fora de jogo mal assinalado a Postiga num lance em que ficava isolado face ao guarda-redes. Portanto, ficou ela por ela. Nada a reclamar. Os protestos de Paulo Sérgio são inaceitáveis, face ao que se passou no campo, embora se compreendam pelo que se passa fora do campo, entre sportinguistas, relativamente ao clube.
A propósito: Dias Ferreira vai-se candidatar e leva o Futre. Ainda não disseram se vão ser empregados de luxo do Sporting, tal era como Bettencourt, ou se vão a votos noutro registo. Também falaram em Figo como apoiante…Mas aí já se sabe: o Figo leva dinheiro pelos apoios…
O jogo do Porto, em Braga, visto à lupa, como naqueles programas acontece nos programas em que se analisam os "lances polémicos", foi uma vergonha. Mais uma.
Em primeiro lugar, Belluci deveria ter sido expulso por ter dado três “peitadas” ao árbitro. Comportamento inadmissível que hoje certamente não vai repetir em Sevilha. Houve também um penalty que o mesmo Belluci cometeu sobre um jogador do Braga, dando-lhe dois toques, um em cada pé, fazendo-o cair. O árbitro fez que não viu. Mais tarde, Vandinho pisou propositadamente Belluci. Deveria ter sido expulso. Não foi. É verdade que se Belluci tivesse sido expulso antes, como deveria ter sido, já lá não estaria para ser pisado. Mas como estava, Vandinho deveria ter ido para a rua.
Finalmente, estranha, muito estranha, a marcação de Rodriguez a Otamendi no primeiro golo do Porto. Como é que um experimentadíssimo defesa central, um dos homens baluarte do Braga do ano passado, faz uma marcação daquelas, deixando que Otamendi actuasse como se estivesse a marcar um livre sem oposição? Quem souber que responda. Mas vai ser difícil responder, porque aquilo não é coisa que se veja no futebol profissional.
Por último, o mesmo Otamendi marcou o segundo golo em off side. Mente quem diz que apenas estava adiantado um braço do jogador. É falso. É o corpo que está adiantado, todo o torso. É difícil ver? Certamente, mas há quem veja, noutras paragens, o “joanete” do Cardozo ligeirissimamente adiantado. Dois critérios, duas consequências diametralmente opostas.
No jogo da Luz, contra o Guimarães, um golo limpo anulado a Saviola e um golo anulado a Cardozo por ter o tal “joanete” adiantado relativamente aos adversários.
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