sexta-feira, 1 de abril de 2011

PAULO BENTO NO "PONTAPÉ DE SAÍDA"


AS INSUPERÁVEIS INCAPACIDADES DE FREITAS LOBO


Paulo Bento esteve esta noite no “Pontapé de Saída”. A primeira questão que cumpre realçar é a de que uma nova geração de treinadores do futebol português que estão a léguas dos seus antecessores, não apenas pelos conhecimentos técnicos que possuem, mas também pelas notáveis capacidades comunicacionais que exibem.

E quando se fala em capacidades comunicacionais de forma alguma estamos a referir-nos ao estilo Mourinho, cuja capacidade comunicacional pode ser (será?) benéfica para a sua equipa, mais propriamente para ele, mas que nada de positivo trás ao futebol. Antes pelo contrário, degrada-o remetendo-o para uma espécie de produto onde o que conta é a vitória qualquer que seja o meio para a alcançar.

Portanto, não é de gente como Mourinho de que estamos a falar. Mas antes de treinadores independentes, “sem dono”, como Paulo Bento, Carvalhal e outros.

No programa desta noite, Carvalhal, com classe, explicou como joga a equipa, falou nos diferentes modos ou sistemas que tem utilizado em função dos jogadores convocados, mas nunca entrou, por entender que deontologicamente não o deveria fazer, no critério das convocações, que, para ele, depreende-se, é da exclusiva responsabilidade do seleccionador.

Foi o pivot, liberto das grilhetas que no futebol doméstico de clubes lhe impõe um guião inalterável, que acabou por colocar as questões mais interessantes. Desde logo, a questão que aqui já tinha sido aflorada, da pressão de Mourinho sobre o seleccionador a propósito da utilização dos seus jogadores. Levantou também a questão, óbvia, das limitações de Hugo Almeida, da titularidade de Eduardo, mas esqueceu-se da “dança dos defesas centrais”.

A tudo Paulo Bento respondeu com convicção e alguns casos, pelo menos pareceu, com sinceridade. Pode não ter convencido, mas não se escudou em frases feitas para não responder.

Já Freitas Lobo optou, mais uma vez, por fazer uma triste exibição das suas insuperáveis limitações.

Para além de ter feito uma explanação sem sentido do que é o “ADN” do futebol português e o papel do treinador face a essa fatalidade genética – o que não deixa de ser uma perfeita patetice - , tese ilustrada com citações igualmente patetas de Pedroto – de facto, a expressão máxima da pior fase do futebol português, principalmente como treinador, já que como jogador o seu “profissionalismo” foi bem demonstrado por Yustrich - , onde ele queria chegar era ao seu querido Queiroz, a Pepe e ao famoso “projecto para a estruturação” do futebol português.

Mais uma vez deu “porrada” em Pepe e, por tabela, em Paulo Bento, no secretário de Estado do Desporto, defendeu de passagem o FCP e o Braga por estarem a torpedear os novos estatutos da FPF, e não foi capaz de colocar a Paulo Bento uma única questão sobre as suas opções como seleccionador nacional.

Silenciou completamente as “javardices” de Queiroz – de facto, se Pepe é em campo um selvagem, Queiroz é na rua um malcriado, com linguagem ordinária, sem compostura – e mais uma vez veio com as “tretas do costume” sobre o “pretenso projecto” do dito Queiroz, embora sem o citar.

Só que desta levou que contar. Paulo Bento empertigou-se e deu-lhe uma resposta cabal. Explicou-lhe - quase lhe perguntando se queria que lhe fizesse um desenho – qual é o papel de uma equipa técnica, o que cabe na competência do treinador, o que cabe na competência da Federação, a importância para o futebol português dos resultados alcançados desde 1996 e a importância de o seleccionador se saber manter no seu lugar.

Não poderia ter sido mais eloquente. E Freitas Lobo demonstrou, mais uma vez, as suas inultrapassáveis limitações “genéticas” de que jamais conseguirá libertar-se.

Uma sugestão: e que tal se abrisse uma lojinha de futebol no “Porto Canal”? Em casa sempre é outro conforto…

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