segunda-feira, 5 de março de 2012

ANTEVISÃO DO BENFICA ZÉNITE



FIM DA ÉPOCA PARA O BENFICA?
O Benfica joga na partida de amanhã contra o Zénite muito mais do que uma eliminatória da Liga dos Campeões. Se uma eliminatória já não seria pouco, imagina-se o que será quando num jogo se joga o destino de uma época.
É óbvio que o jogo não teria esta importância se o Benfica não tivesse, como lhe competia, perdido cinco pontos em Guimarães e em Coimbra, nas partidas que antecederam o confronto com o Porto. Dando de barato que o jogo contra o Porto é sempre um jogo de resultado aleatório – o que, de resto, está a deixar de ser, pelo menos na Luz, onde o Porto tem ganho com inusitada frequência -, fica sempre por justificar o duplo desaire nos dois jogos anteriores.
De facto, se o Benfica amanhã for eliminado, não será de estranhar que um descalabro de consequências para já incalculáveis se abata sobre a equipa no que falta disputar das provas domésticas onde ainda se encontra.
Tendo em conta que na Luz a defesa do Benfica tem sido a pior dos últimos cinquenta anos, permitindo golos a todas as esquipas, excepto ao Sporting, não será de esperar nada de substancialmente diferente no jogo de amanhã.  Esse score tão negativo já deveria ter merecido dos responsáveis técnicos uma análise cuidada, tanto mais que no futebol as coincidências têm limites. Pela análise detalhada de todos os golos sofridos já teria sido possível compreender onde está erro e tentar remediá-lo.
A equipa técnica não o fez até hoje e já não será para o jogo de amanhã que o vai fazer. Uma coisa é certa, independentemente de uma análise muito mais pormenorizada do que está acontecer, nos últimos jogos Luisão tem estado a “anos-luz” daquilo que tem feito noutras épocas e até nesta época. A causa primeira parece ser uma muito deficiente condição física que não tem deixado de se agravar depois da lesão que sofreu aqui há umas semanas. E, com todo o respeito por Luisão, que tem ao longo de muitas épocas sido o verdadeiro patrão defesa benfiquista e um jogador profissionalmente empenhado, a verdade é que Luisão sem condição física tem a agilidade e o desembaraço de um velho, como ainda no último jogo conta o Porto se viu.
Portanto, a primeira coisa que a equipa técnica deveria fazer, par o jogo de amanhã, era, dada a incapacidade de Garay, substituir a habitual dupla de centrais por Jardel e Miguel Vítor, dois rapazes novos, com muita força e outra tanta vontade de jogar, já que não parece nada provável que Luisão esteja minimamente em condições de “parar” Kerzhakov, Shirokov & C.ª. Aliás, a ausência de Garay, dificilmente pode deixar de ser imputada à equipa técnica que o pôs a jogar contra o Porto, apesar de lesionado.
Por outro lado, sem Aimar, castigado e lesionado, o desenvolvimento do jogo do Benfica contra uma equipa como o Zénite vai constituir outro problema já que não se vê quem no actual plantel possa desempenhar o seu papel. Provavelmente, jogará Witsel (que também tem vindo a descer de forma), com Nolito ou Bruno César de um lado e Gaitan do outro, e Cardozo e Rodrigo na frente.
Além dos centrais, Emerson continuará a ser um problema. Mas é preciso não crucificar o jogador. A sua situação agravou-se nos últimos tempos pelo mal geral que afecta a equipa: deficiente condição física. E este mal, por óbvias razões, afecta mais a prestação de Emerson do que a dos restantes, sem prejuízo do que se disse a propósito de Luisão.
Para concluir: o Benfica tem no jogo de amanhã tudo a perder e pouco a ganhar. O que tem a ganhar, se amanhã ganhar, só lá para o fim de Março se verá…

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