segunda-feira, 12 de março de 2012

BENFICA VENCE EM PAÇOS DE FERREIRA DEPOIS DE UM GRANDE SUSTO



SPORTING GOLEIA GUIMARÃES EM ALVALADE
Bruno César (foto LUSA)



Depois do empate do Porto em casa com a Académica e da vitória do Braga sobre o União de Leiria, ao Benfica, se queria manter-se na luta pelo título, só restava vencer em Paços de Ferreira, à semelhança aliás do que tem feito na maior parte das vezes em que lá se deslocou.  

A recente carreira do Paços de Ferreira na era Calisto deixava antever um jogo difícil para o Benfica, apesar de a tradição jogar a seu favor.

O Benfica apresentou no jogo desta tarde algumas alterações: Capdevilla no lugar de Emerson (castigado) e Saviola, que não tem jogado, ao lado de Cardozo. Nos primeiros minutos, ainda houve a impressão de que o Benfica controlaria o jogo, tanto mais que por duas vezes, uma por Nolito, outra por Saviola, esteve à beira de marcar.

Mas logo se percebeu que o contra-ataque do Paços, conduzido por Melgarejo, jogador emprestado pelo Benfica, era fortíssimo e iria colocar grandes dificuldades aos encarnados. E foi o que aconteceu. Durante toda a primeira parte, o Paços deu sempre a sensação de que era mais perigoso do que o Benfica e de que a todo o momento poderia fazer um golo. E assim sucedeu. Michel na sequência de um cruzamento de Melgarejo fez o golo.

No começo da segunda parte, mais precisamente nos primeiros dez minutos, o domínio do Paços acentuou-se de tal forma que só mesmo por muita sorte o Benfica não sofreu novo golo por três vezes.

A verdade é que não tendo marcado o Paços, marcou o Benfica. Jesus substituiu Saviola e Nolito por Nelson Oliveira e Gaitan, tendo ambos sido decisivos no primeiro golo do Benfica, aos 64 minutos, ou seja, quase vinte depois do recomeço. Nelson Oliveira esgueirou-se pela direita, cruzou para Cardozo que deixou passar para Gaitan, que fez golo.

Quatro minutos depois, Bruno César num livre sobre o lado direito, excelentemente marcado, fez o segundo. A partir dai tudo se tornou mais simples para o Benfica e mais difícil para o Paços que, se queria pontuar, teria de ter a iniciativa do jogo. E mais difícil ainda ficou oito minutos depois , por expulsão de Michel, por acumulação de amarelos.

A partir do segundo golo, o Benfica deixou de ter problemas; e tudo se tornou ainda mais fácil depois da expulsão de Michel. Mas as coisas ainda ficaram pior para o Paços a dois minutos do fim, reduzido a nove unidades, por expulsão de Ricardo por entrada violenta sobre Bruno César.

Bruno César não apenas pelo golo que marcou, mas pelas jogadas em que interveio, duas das quais levaram à expulsão de dois jogadores do Paços, acabou,  mais uma vez, por se revelar fundamental para a vitória do Benfica. De realçar igualmente Nélson Oliveira que entrou e mudou o jogo.

Este jogo teve várias incidências que deram lugar a protestos de ambas as equipas. No fim da primeira parte Bruno César foi derrubado na área e o árbitro, inexplicavelmente, adoestou-o com um amarelo! Na segunda parte, Nélson Oliveira caiu na área numa jogada de choque com um defesa do Paços e o árbitro puniu-o igualmente com um amarelo. Admitindo que a jogada não é merecedora de grande penalidade, também de forma alguma se justifica a punição foi uma jogada de choque. Mas já o mesmo se não poderá dizer de um outro lance, perto do fim do jogo, em Nelson Oliveira é claramente derrubado dentro da área e o árbitro nada assinalou.

Quanto à expulsão de Ricardo, embora o jogador acabe por não tocar em Bruno César, nada ou pouco há a dizer da decisão do árbitro, já que o jogador do Paços teve a clara intenção de derrubar o adversário, só não o tendo conseguido porque o benfiquista conseguiu in extremis furtar-se à agressão, saltando sobre as pernas de Ricardo, mas não evitando contudo o desequilíbrio e a consequente perda de uma jogada perigosa. A entrada de Ricardo é violenta, ao jogador e não à bola, não havendo qualquer espécie de dúvida sobre estes lances à luz da lei do jogo. Tais lances têm de ser punidos com falta e disciplinarmente. A única dúvida estaria em saber se o cartão deveria ser amarelo ou vermelho. Como a entrada foi muito violenta justifica-se o vermelho.

Perguntar a Pedro Henriques, ex-árbitro, agora ao serviço da TVI, qual o seu juízo sobre estes lances é a mesma coisa que numa universidade o professor confiar a um repetente burro o encargo de explicar aos colegas como se resolve o teste de uma disciplina em que ele já havia chumbado por mais de uma vez!

No último jogo da noite, o Sporting goleou o Guimarães por 5-0 e juntou-se no quarto lugar ao Marítimo, vencedor na sexta-feira passada do Feirense por 2-1. Com o Guimarães muito fragilizado pelos problemas financeiros que o afligem e destroçado animicamente após o dois zero, o Sporting não perdoou, construindo na segunda parte uma goleada que lhe poderá renovar o ânimo para o jogo em Manchester na próxima quinta-feira!

Sem comentários: