terça-feira, 20 de março de 2012

A ARBITRAGEM DE BRUNO PAIXÃO



OS PROTESTOS SPORTINGUISTAS




Como seria de esperar, vai um imenso alarido nas hostes sportinguista contra a arbitragem de Bruno Paixão. Alarido muito amplificado por uma comunicação social que, por várias razões, está sempre mais empenhada em "ajudar à festa" do que propriamente em informar e esclarecer.

O que parece estar em causa na arbitragem do árbitro (setubalense?) é a marcação sucessiva de duas grandes penalidades contra o mesmo clube e a subsequente expulsão de um jogador da mesma equipa por acumulação de cartões amarelos.

Em primeiro, lugar deve dizer-se que não é nada frequente - é mesmo excepcional - um árbitro assinalar duas grandes penalidades contra a mesma equipa em jogadas sucessivas e ainda para cúmulo depois de a primeira ter sido defendida. De facto, isto não é vulgar. Não é vulgar a mesma equipa cometer duas faltas em jogadas sucessivas merecedoras de grande penalidade e também não é vulgar, quando tal acontece, o árbitro ter coragem suficiente para marcar a segunda.  

Só que nada disto tem a ver com as leis do jogo. Que realmente não prevêem qualquer tipo de atenuação ou de exclusão da ilicitude pelo facto de a segunda falta ter ocorrido logo a seguir à primeira. Se isto tivesse acontecido no meio do campo, toda a gente acharia o procedimento normal. Como aconteceu na área e ainda por cima depois da defesa da primeira grande penalidade pelo guarda-redes estava criado o clima psicológico propício a uma contestação em larga escala. Foi o que aconteceu.

Assim sendo, o que importa saber é se as faltas que deram origem aos penalties existiram mesmo ou se resultaram de uma deficiente análise do árbitro.

Quanto à primeira falta é muito difícil opinar se houve ou não mão, porque a televisão mostra a jogada por trás e, portanto, não se vê o movimento da mão do jogador. Ou seja, o telespectador não vê. Mas esse não é certamente o critério para a sua marcação: quem tem que ver é o árbitro. E se de facto houve mão – e tanto quanto se percebe os intervenientes do lance não a contestam – ela ocorreu dentro da área. O jogador que tocou a bola com a mão está nesse momento – o tal momento em que na TV se não vê a bola – com os pés sobre a linha da grande-área. Logo, é penalty. O facto de a falta ter sido cometida sobre a linha não muda a natureza da falta: sobre a linha ou dentro da área é a mesma coisa.

Quanto ao segundo penalty não pode haver qualquer dúvida. João Pereira, dentro da área, impede com a mão na bola que o jogador do Gil Vicente a recolha mais à frente e fique em posição privilegiada para servir um companheiro. Portanto, nada a dizer sobre a sanção que corresponde à falta de João Pereira.

João Pereira mentiu quando na sequência do apito do árbitro lhe deu a entender que tinha os braços colados ao corpo. Não tinha, como na TV se vê sem margem para dúvidas. Já não é a primeira vez que João Pereira comete destas habilidades. Na fase de grupos da Liga Europa, contra o Vaslui, em Alvalade, cometeu um penalty, pisando propositadamente Wesley (o árbitro não viu), que acabou por ser expulso por ter ido a seguir tirar desforra. Contra o City, em Alvalade, perto do fim do jogo, jogou a bola com a mão dentro da área. Felizmente o árbitro também não viu ou fez que não viu. Se tivesse marcado o penalty lá cairia por terra a excelente exibição do Sporting e todo o esforço da equipa num jogo memorável. E quem sabe, muito provavelmente a eliminatória.

O comportamento frequentemente irresponsável de João Pereira não constitui apenas um problema para o Sporting. Ele é também um problema para a selecção nacional se Paulo Bento insistir em pô-lo a jogar. Com ele e com Pepe, a defesa portuguesa fica muito vulnerável por razões disciplinares. Ninguém fala ou comenta estes factos. Nenhum comentador sportinguista alude a eles. É mais fácil culpar os árbitros…

Mas voltando ao Gil Vicente-Sporting. A expulsão de Schaars. Nenhuma dúvida quanto ao segundo amarela. É uma entrada propositadamente agressiva de um jogador que já não está emocionalmente equilibrado. A questão que se pode pôr – e deve pôr – é a do primeiro amarelo ao mesmo jogador. De facto, não se compreende que Schaars tenha sido punido com um cartão amarelo por ter cometido a falta que originou o primeiro penalty e João Pereira por uma falta exactamente idêntica –  até mais ostensiva – tenha ficado incólume. Afinal, qual é o critério?

Quanto a uma alegada mão, perto do fim do jogo, de um jogador do Gil Vicente, dentro da área, tem de dizer-se que na TV não se vê qualquer mão. A jogada é filmada de costas e o que se vê é a bola bater na barriga do jogador. Se também bateu ou não na mão só o poderá dizer quem estava de frente. E o árbitro estava e disse, por gestos, que não houve nada.

Em conclusão: a principal crítica que se pode fazer a Bruno Paixão é a mesma que se faz à generalidade dos árbitros portugueses. Mostram muitos cartões amarelos por jogadas que os não merecem; apitam demasiado; não mantêm o mesmo critério do princípio ao fim do jogo; não percebem que o futebol é um jogo de contactos.

ADITAMENTO. A malta da RTP (comentadores e locutores de desporto) diz agora que no primeiro penalty a mão de Schaars está fora da área e os pés sobre a linha o que pode ter induzido o árbitro em erro. Não, o árbitro viu bem. O jogador está dentro da área. A linha, como se disse já, faz parte da área. E o que conta são os pés, tal como no off side.
Quanto ao segundo penalty dizem: "O insólito aconteceu. Por alegada mão de João Pereira..." E depois eclarecem: "Dizemos alegada porque nas imagens não se vê a bola a bater na mão". Vê-se. Não foi mão, foi braço. E o próprio João Pereira não negou que tivesse tocado a bola com o braço. O que disse (mentindo) é que tinha os braços colados ao corpo. Esta RTP não tem emenda!


ADITAMENTO II – AUTOCRÍTICA – No anterior aditamento há dois erros pelos quais peço desculpa.

Em primeiro lugar para que haja off side basta que qualquer parte do corpo (cabeça, tronco ou pernas), salvo os braços, esteja adiantada relativamente ao penúltimo defensor.

Em segundo lugar para que haja penalty por mão é preciso que que a mão do jogador esteja dentro da área, linha incluída. Obviamente que se os pés ou qualquer outra parte do corpo estiver dentro da área mas a mão fora não haverá penalty mas livre directo fora da área.

Visto e revisto o lance do primeiro penalty marcado contra o Sporting em Barcelos, com base em novas imagens que agora apareceram na internet - ou, pelo menos, imagens que não tinham sido mostradas na perspectiva com que agora se vêem – não há qualquer dúvida de que a mão de Schaars foi dentro da área. A imagem vista do ângulo em que o árbitro se encontra, que é mesmo por trás do jogador do Sporting, não deixa qualquer dúvida. Schaars toca propositadamente a bola com a mão dentro da área e o árbitro que está praticamente no mesmo “meridiano” do jogador do Sporting não tem dúvidas.

Quanto ao segundo penalty essas mesmas novas imagens, captadas por trás da baliza de Rui Patrício, também não deixam qualquer dúvida sobre a intencionalidade de João Pereira. Penalty sem dúvida.

3 comentários:

Anónimo disse...

nablesVai pró crlh, oh fdp...não percebes é nada de futebol! Aconselho-te a ler os comentários no jornal O Jogo dos ex-árbitros Pedro Henriques e Jorge Coroado. Vê-se mesmo de que clube és, palhaço!

RVIANADELIMA disse...

Não são admitidos comentários ordinários. A opinião é livre. Cada um pode defender o que quiser e como quiser. Mas não pode insultar, nem ser malcriado.
O anterior comentário fica aqui como exemplo da atitude sportinguista no futebol. Mas como exemplo basta!

Anónimo disse...

Esses regras para o primeiro penalti não devem estar bem conhecidas, então se um guarda-redes estiver com os pés na linha da grande area e agarrar a bola com as mãos fora da area não é falta?
E se o pés do guarda-redes estiverem fora da grande area e agarrar a bola com as mãos dentro da área tambem é falta?
Pelos teus argumentos ambos serão falta. Embora pelas leis do jogo nenhum deles é falta.
O primeiro penalti não é penalti, o paixão é mesmo incompetente