segunda-feira, 19 de março de 2012

SPORTING EM QUINTO LUGAR



A IRREGULARIDADE DA EQUIPA LEONINA
Muita polémica e pouco Sporting na vitória do Gil Vicente



Contra as expectativas mais correntes entre os homens da bola, o Sporting foi derrotado por 2-0, em Barcelos, pelo Gil Vicente num jogo interessante de seguir.

Logo aos treze minutos o Gil Vicente marcou num excelente remate de longe de Galo que surpreendeu Rui Patrício. Durante longos minutos a equipa de Barcelos dominou o jogo a ponto de Sá Pinto ter ameaçado fazer substituições muito antes do intervalo. Estava-se perante uma equipa completamente diferente daquela que jogou contra o City. Antes do intervalo o Sporting reagiu mas nunca chegou a ameaçar as redes gilistas.

No segundo tempo, com as substituições operadas por Sá Pinto, sairam Polga e Matias Fernandez e entraram Jeffren e André Martins, o Sporting conseguiu dar alguma réplica ao Gil Vicente, que continuava a jogar muito bem para defender o resultado, sem contudo criar nenhuma séria ocasião de golo.

Com dez minutos de jogo, Bruno Paixão, árbitro da partida, assinalou penalty contra o Sporting por mão de Schaars dentro da área. Os sportinguistas protestaram muito este lance, mas sem razão se tiver havido mão. De facto, pelas deficientes imagens televisivas não se consegue ver o momento em que o jogador do Sporting toca a bola com a mão, mas isso não significa que a mão não tenha existido e não tenha sido vista por quem estava lá dentro.

O que parece ter motivado os protestos sportinguistas foi o facto de a falta ter ocorrido sobre a linha da área. Alguns até dizem que foi fora, como disse o putativo candidato à Câmara Municipal de Lisboa ou a qualquer outro cargo em que seja preciso ir a votos – o sr. Fernando Seara, falsamente em representação do Benfica, realmente em permanente campanha eleitoral – mas fazem-no para ser agradáveis ao eleitorado, por facciosismo ou por ignorância. De facto, uma falta cometida sobre a linha da grande área se tiver de ser punida com um livre directo, esse livre será …um penalty. É o que diz a lei do futebol. Infelizmente o adepto ou o comentador empenhado nas cores clubistas acha que a falta por ter sido sobre a linha já não deveria ser penalty…mas livre por ter sido cometida na linha limite da área. Aliás, são estes mesmos analistas de futebol que acham que o árbitro não deve punir com expulsão uma entrada violenta por ter ocorrido no primeiro ou segundo minuto de jogo!

O pior, porém, estava para vir. Na sequência da marcação do penalty, marcado por Cláudio e defendido por Rui Patrício, a bola ressaltou para o lado direito da linha de cabeceira da baliza sportinguista e João Pereira na ânsia de eliminar o perigo de uma potencial recarga voltou a jogar a bola com a mão. Desta vez não há qualquer dúvida: toda a gente viu a mão, logo penalty.  Tem, porém, de se dar os parabéns ao árbitro por ter tido a coragem de marcar um segundo penalty, indiscutivelmente existente, mas que por ter ocorrido logo a seguir ao lance anterior tenderia a criar um natural constrangimento capaz de levar à sua desculpabilização. Desta Cláudio não falhou.

Com dois zero o Gil Vicente se antes já estava a dominar as operações ficou depois deste golo verdadeiramente senhor do jogo. E mais ainda ficou quando Schaars, aos 68 m, derrubou com alguma violência Hugo Vieira, sendo expulso por acumulação de amarelos. Nada a dizer também.

Com o Sporting de cabeça perdida o jogo acabou ai podendo o Sporting dar-se por feliz por não ter sofrido o terceiro golo em mais de uma ocasião.

O Sporting mais uma vez somente tem de se queixar de si próprio. Num campo difícil como o do Gil Vicente, onde o Benfica empatou e o Porto perdeu, seria necessário jogar com outra atitude. E o Sporting não a teve.

Parabéns também ao treinador do Sporting que soube manter a calma e a ponderação nas palavras quando todos esperavam que ele explodisse, para grande desgosto dos jornalistas que tudo fizeram - uns por clubismo, outros por jornalismo - para que tal acontecesse. Ele melhor do que ninguém sabe certamente que somente um outro Sporting, com outra atitude, poderá chegar a outros resultados.

Prestam um péssimo serviço ao Sporting aqueles comentadores que, vivendo obcecados por fantasmas, tudo fazem, embora involuntariamente, para criar nos jogadores uma permanente atitude de desculpabilização pelos erros que cometem, por criarem no imaginário sportinguista a ideia de que há sempre alguém de fora a quem os erros e os desaires devem ser imputados.

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