sexta-feira, 2 de março de 2012

O EMPATE DA SELECÇÃO NA POLÓNIA





ATÉ ONDE PODE CHEGAR A SELECÇÃO?
Numa semana de jogos internacionais particulares, a selecção portuguesa de futebol foi a Varsóvia defrontar a sua congénere polaca na inauguração do Estádio Nacional polaco que servirá de palco à abertura do Euro 2012.
Praticamente na sua máxima força, a selecção portuguesa começou bem o jogo contra os polacos e até poderia, por mais de uma vez, ter-se adiantado no marcador se não fosse o egoísmo de Nani e também de Ronaldo.
Nani e Ronaldo, juntamente com Fábio Coentrão, são as grandes estrelas da selecção. Ronaldo tem até por ambição ganhar o próximo campeonato da Europa. Uma ambição muito dificilmente concretizável.
Primeiro, porque Ronaldo não tem na selecção portuguesa os mesmos jogadores que no Real Madrid ou no Manchester lhe permitem ou permitiram fazer grandes exibições; e depois, porque tanto ele como Nani, principalmente Nani, revelam uma sede de protagonismo que, em equipas sem os recursos das equipas onde normalmente jogam, acaba por lhes ser fatal.
Uma selecção como a portuguesa, que é uma equipa da média alta do futebol europeu, não pode desperdiçar por egoísmo ou ineficácia as oportunidades que o jogo lhe proporciona. Desperdiçando estas, dificilmente aparecerão outras.
Foi o que se passou na primeira parte do jogo contra a Polónia. O ponta de lança da selecção, no caso Hugo Almeida, poderia ter marcado se tivesse havido menos individualismo.
E a equipa portuguesa só não perdeu, porque a Polónia que desfrutou de excelentes ocasiões no fim do jogo, e também no fim da primeira parte, as desperdiçou igualmente ou porque encontrou em Rui Patrício um obstáculo intransponível, o que nem sempre é exigível que aconteça.
Daí que o 0-0 seja um resultado aceitável.
Quanto ao resto, a equipa revelou as habituais fragilidades defensivas, agravadas pela lesão de Coentrão logo no princípio do jogo. João Pereira está longe de corresponder às exigências da selecção, mas Paulo Bento insiste por teimosia ou por ausência de soluções alternativas. Coentrão também não tem do lado esquerdo substituto à altura, como se viu.

No centro da defesa não houve desta vez agressões, o que já é positivo, mas nada garante tanto Bruno Alves como Pepe, principalmente este, não percam a cabeça à menor contrariedade. O que constituiria sempre um problema porque também não há hoje substitutos à altura. Rolando, embora num outro estilo, também comete muitas faltas, principalmente pela frequência com que joga a bola com a mão.
No meio do campo, poderá juntar-se aos que jogaram Carlos Martins e, eventualmente, Hugo Viana, que continua a fazer em Braga grandes exibições, apesar de aparentemente não fazer parte das escolhas de Paulo Bento.
Foi positiva a chamada à selecção de Nelson Oliveira, uma grande promessa do futebol português, praticamente ignorado no Benfica de Jesus.
Na baliza Rui Patrício esteve bem, muito bem até, sem desta vez manifestar o mais leve sinal de intranquilidade, circunstância que noutras ocasiões lhe tem valido exibições irregulares, misturando o óptimo com o mau.
Uma coisa é certa: somente uma selecção muito rigorosa, jogando nos limites da sua competência, poderá aspirar a uma passagem aos quartos de final num grupo que integra a Alemanha, a Holanda e a Dinamarca.

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