quarta-feira, 28 de março de 2012

CHELSEA DERROTA BENFICA



AS MEIAS-FINAIS MAIS LONGE

Londrinos vencem na Luz graças a golo de Kalou



Há que ser realista: as prestações do Benfica desde a derrota em S. Petersburgo não deixavam antever nada de muito positivo para este jogo. O Benfica da actualidade não é o Benfica espectacular que ganhou o campeonato há três anos, não é também o Benfica que na época passada ganhou uma série de jogos até à derrota em Braga, nem tão-pouco o Benfica deste ano até ao jogo na Rússia.

É um Benfica mais lento, mas nem por isso melhor posicionado, é um Benfica menos espectacular e sem soluções criativas. Parece que os jogadores foram acometidos de uma qualquer maleita que lhes restringe a imaginação.

Aparentemente, o mal chama-se deficiência física. Aconteceu este ano, sem as actuais consequências, algo de semelhante antes do Natal. Mas tudo se resolveu com a paragem de Inverno. O Benfica parece necessitar de uma paragem. Não a pode ter. Pior: esta é a fase da época em que deveria estar a cem por cento. E não está.

Desde S. Petersburgo o Benfica apenas ganhou quatro jogos: Zénite, Paços de Ferreira, Porto e Beira-Mar – o primeiro para a Champions League, o segundo e o quarto para o Campeonato; e o terceiro para a Taça da Liga. Perdeu quatro: Zénite, Guimarães, Porto e Chelsea – o primeiro e o quarto para a Champions League; o segundo e o terceiro para o Campeonato. Empatou dois: Académica e Olhanense para o Campeonato.

No conjunto, marcou catorze golos e sofreu treze. Portanto, a probabilidade de o Benfica reverter o resultado de hoje à noite na Luz, derrota por 1-0, é muito baixa. Este Benfica não tem condições físicas nem sequer anímicas para virar o resultado.

O jogo de hoje foi um jogo morno, jogado à feição dos interesses do Chelsea, que tinha todo o interesse em adormecer o jogo pelo maior lapso de tempo possível até que a ansiedade desequilibrasse o Benfica e lhe permitisse marcar como veio a acontecer.

Contrariamente ao que era a tradição do Benfica europeu foi muito pausada a entrada no jogo e assim se manteve durante toda a primeira parte. As oportunidades foram quase nulas para o Benfica(há um remate ao lado de Cardozo) embora o Chelsea tenha rematado por duas vezes com algum perigo, primeiro por Torres depois por Meireles.

Na segunda parte o Benfica tentou espevitar o jogo, mas nunca foi verdadeiramente perigoso, embora tenha feito alguns remates que poderiam ter dado golo – uma cabeça de Jardel, um remate de Cardozo e talvez outro de Nolito. E é tudo.

Pelo contrário, do lado do Chelsea o golo resulta de uma boa jogada conduzida por Ramires e depois por Torres e muito bem finalizada por Kalou, com erros de Emerson, de Jardel e mau posicionamento de Luisão, embora este fosse o que menos poderia fazer para o evitar. E o segundo, também num contra-ataque, só não surgiu por sorte.

O que é mais lamentável é que o Benfica não tenha ponta de criatividade para jogar devagar e pareça não ter força para jogar em velocidade.

Os “benfiquistas” do Chelsea, Ramires e David Luiz, foram muito bem recebidos na Luz, como seria de esperar e tanto um como outro fizeram excelentes exibições. Nem um nem outro têm substitutos à altura na equipa do Benfica, principalmente Ramires.

Do árbitro pouco há a dizer. Ou melhor: em Portugal dir-se-ia muito por não ter assinalado uma mão de Terry na área, considerada involuntária embora evidente, e há um remate de Cardozo que David Luiz defende sobre área sem se perceber bem se é com a mão ou outra parte do corpo. Incrível como não há uma câmara capaz de mostrar o lance!

A derrota do Benfica é também uma resposta a Jesus quando pediu a equipa inglesa. Depois tentou emendar com uma explicação que ninguém aceita, principalmente tendo em conta o que disse acerca do Real Madrid (que o não queria por ter lá muitos portugueses e outros jogadores oriundos do Benfica).

Tem-se discutido muito a razão da substituição de Aimar no jogo desta noite, pois sabendo-se que o argentino não poderá alinhar nos próximos dois jogos do campeonato tudo apontaria no sentido de ele se manter mais tempo em campo. Pareceu que Jorge Jesus, a partir de certo momento da segunda parte, por volta dos 70 minutos, estaria mais preocupado em não sofrer golos do que em marcá-los. Daí a razão de ter simultaneamente em jogo Javi, Witsel e Matic. Resultou mal, pouco depois da substituição de Aimar, o Chelsea marcou.

E com este golo a eliminatória ficou praticamente perdida. E vamos ver quantos jogos ganhará o Benfica até ao fim da época…


Sem comentários: