COMENTÁRIOS NOJENTOS DE
JOÃO ROSADO
DINAMARCA - 2 - PORTUGAL - 3
Antes de mais tem de responsabilizar-se Paulo Bento pelo que
se passou em Lviv que somente não redundou numa quase inevitável eliminatória pelas
vicissitudes próprias de um jogo de futebol e também pelo pundonor posto em
campo pela generalidade dos jogadores.
Paulo Bento tem de ser responsabilizado porque é inadmissível
que durante todo o jogo tenha deixado completamente só Fábio Coentrão no lado
direito do ataque dinamarquês. Ronaldo não ajudou rigorosamente nada e a Paulo
Bento só lhe cabia uma de duas coisas: ou substituir Ronaldo por alguém que fizesse
esse papel ou encarregar alguém do meio campo de cobrir o segundo homem que sempre
aparecia solto para fazer o passe fatal. Os dois golos da Dinamarca surgem de
cruzamentos do lado esquerdo da defesa
portuguesa, embora o primeiro seja da responsabilidade de João Pereira que deixou
o ala esquerdo dinamarquês à vontade para centrar para Bendtner fazer o golo
sem oposição.
Por outro lado, Ronaldo fez uma exibição para esquecer em
matéria de finalização. Falhou dois ou três golos que não se podem falhar. Mas
não se pode sacrificar Ronaldo, antes de mais porque ele está longe de ser o
jogador que para aí se apregoa. Ronaldo não tem nem nunca teve condições para
sobressair isoladamente numa equipa média. Ele não é nem nunca será um
Maradona, um Cruyft, um Eusébio ou um Messi, para só citar alguns. Ronaldo é um
bom jogador cujas capacidades ficam muito potenciadas em grandes equipas,
servidas por grandes jogadores, como é o caso do Real Madrid ou do Manchester
United. O jogo de hoje até lhe poderá ser muito útil se lhe servir para ele se
capacitar das suas reais qualidades. Além de que Ronaldo tem um problema: quase nunca se exibe nos grandes palcos. Com esta é a sua quinta participção em fases finais de grandes competições entre selecções e Ronaldo, com excepção da primeira vez em que ainda era uma "criança", nunca esteve bem.
Não deixa também de ser espantoso que Fábio Coentrão, apesar
de desgastado e de ter ficado sempre sozinho perante dois jogadores, ainda
tenha tido forças para fazer a jogada e o passe do qual saiu o terceiro golo,
por Varela, que voltou a entrar bem no jogo, apesar de ter tido a sorte pelo
seu lado – se não tivesse falhado o remate muito provavelmente não teria feito
o golo.
Postiga marcou um golo e fez uma simulação que deixou Ronaldo
isolado. E nada mais. Como de costume falhou bolas, perdeu bolas, enfim, não
deu profundidade ao ataque, embora hoje, pelo golo que marcou, até nem tenha sido um dos seus piores dias.
Pepe fez uma grande exibição. Seguramente o melhor em campo.
Marcou o primeiro golo e a ele mais do que a nenhum outro se deve a vitória. Bruno Alves disfarça ao
lado de Pepe as suas limitações. Mas nunca comprometeu a equipa.
Rui Patrício com excepção de uma defesa não teve trabalho.
Esteve bem quando tinha que estar, já que nos golos nada poderia fazer.
João Pereira, com responsabilidades no primeiro golo, fez
aquilo que pode fazer. Não se pode esperar mais dele.
No meio campo, Veloso esteve desta vez em grande nível. A cobrir,
a cortar, a passar. Moutinho é aquilo que se viu. Faz faltas, corta, sofre
faltas, mas em vão se esperará dele uma jogada de génio ou simplesmente
criativa. Meireles esteve um pouco melhor do que da última vez, mas nada de
especial, apesar de ter corrido muito.
Nani esteve bem mais uma vez, mas também sem brilhantismos.
Mas foi um jogador de equipa: defendeu, construiu e preencheu bem o lado
direito do campo.
Nelson Oliveira nos poucos minutos que jogou demonstrou ser
um jogador com presença na área, capaz de passar em boas condições, de controlar
a bola, de lutar na cobertura e ainda de rematar. Qualquer comparação com
Postiga ou Hugo Almeida é pura perda de tempo. É outro jogador.
Quanto ao treinador não se percebe se actua por convicção ou
por teimosia. Seja por uma ou outra razão deixa muito a desejar nas suas opções
tácticas. Ainda hoje o aperto por que a selecção passou é da sua exclusiva
responsabilidade.
Finalmente, uma palavra para o comentário de João Rosado: simplesmente
nojento! Como pode um profissional que está a falar para milhões de
espectadores ter durante todo o jogo uma atitude tão facciosa, tão parcial, tão
interessada na defesa dos jogadores que são ou já foram do seu clube. Se ele tivesse
um mínimo de capacidade auto-crítica, voltava a ouvir o comentário que fez ao jogo
e nunca mais aparecia na SIC ou na rádio para comentar futebol. Simplesmente
vergonhoso.
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