GRANDE JOGO DE EQUIPA
Num jogo que se adivinhava complicado pela forma de jogar da
República Checa, a selecção portuguesa numa grande demonstração de futebol de
equipa acabou por vencer com o golo de Cristiano Ronaldo marcado a cerca de dez
minutos do fim. Tal como no jogo contra a Holanda o nome de Cristiano Ronaldo
fica nos media de todo o mundo
associado a esta vitória. A verdade porém é que a vitória é da equipa apesar da
excelente exibição do craque português.
Como de costume o jogo não começou fácil para os portugueses
que tardaram mais de vinte minutos a controlar a partida. Não quer isto dizer que
durante esse tempo os checos tenham feito perigar as redes portuguesas, mas
sempre iam tendo a iniciativa do jogo. A partir de meio da primeira parte a
partida foi mudando de feição com os portugueses mais dentro do jogo. No último
quarto de hora da primeira parte Postiga lesionou-se e Hugo Almeida entrou para
o seu lugar sem que esta substituição tenha alterado em nada o modo de jogar da
equipa.
Ronaldo, esta noite com cabelo à Puskas, que já tinha aparecido num livre voltou aparecer com
toda a sua classe perto do fim da primeira parte num passe longo de Coentrão
que ele dominou com o peito, rodou sobre o adversário e atirou à trave da
baliza de Peter Chec. Teria sido um grande golo.
Na segunda parte tudo foi diferente para melhor. Com excepção
de um breve período por volta dos sessenta minutos em que os checos estiveram
por cima foi notória a superioridade dos portugueses na parte restante do
tempo. Ronaldo voltou de livre a enviar a bola ao poste e nos demais remates
ela teimava em não entrar umas vezes por falta de pontaria outras por força das excelentes defesas de
Chec. Até que já perto do fim Nani na direita passa para Moutinho na intermediária
que corre em direcção à linha de fundo centrando para um excelente golo de
cabeça de Ronaldo. Foi um grande e merecido golo numa selecção onde Rui
Patrício voltou a não ter qualquer trabalho.
A defesa esteve excelente. Pepe mais uma vez esteve perfeito.
Jogou limpo, completamente limpo, e fez mais um jogo extraordinário. Coentrão
que vem claramente a subir de forma terá realizado hoje o seu melhor jogo no
Euro, já muito próximo dos que jogou na África do Sul. Bruno Alves também
voltou a estar bem, aparte um ou outro passe longo falhado, como é hábito e
João Pereira esteve perto do golo não fora uma extraordinária defesa de Chec.
Na linha média Moutinho esteve hoje acima de todos os demais.
Uma exibição de luxo: fez um remate notável que Peter Chec defendeu com classe, desarmou, construiu, correu quilómetros e ainda teve
talento e força para fazer o centro de que resultou o golo. Veloso manteve a
regularidade de nível médio alto das suas exibições e Meireles terá sido a
exibição menos conseguida, principalmente pelos passes falhados e pelos remates
sem nexo. A defender esteve bem. Parece o mais cansado dos três.
Na frente a grande exibição foi outra vez de Ronaldo. Apesar
da grande exibição que fez cometeu dois erros na segunda parte que puseram a
equipa em apuros. Numa transição rápida falhou o passe para Coentrão, deixando
a equipa desequilibrada e de outra vez falhou o passe para Meireles em
circunstâncias e com consequências idênticas, embora neste caso a culpa deva
ser repartida com o médio do Chelsea por este se ter adiantado demasiado no terreno.
Mas Ronaldo foi excelente nos remates de bola parada, nas jogadas pela direita,
pelo centro e pela esquerda até que a sua exibição acabou por ser coroada por
um golo que tem tanto de técnica como de inteligência. Nani voltou a errar
alguns passes, rematou de ângulo impossível uma bola que deveria ter centrado e
nem sempre terá dado o seguimento mais rápido às jogadas de ataque. Tentou o
golo, mas mais uma vez Peter Chec se opôs com classe. Nani se tivesse mais discernimento
táctico poderia ser um grande jogador. Depois do golo foi substituído por
Custódio. Postiga jogou pouco mais de meia hora e pouco se viu. Hugo Almeida sempre
muito esforçado fez alguns remates de cabeça sem direcção. Marcou um
golo mas estava em off side, embora, analisando a jogada, seja curioso realçar
que Ronaldo tendo arrancado para a bola ao mesmo tempo que ele soube manter-se
em jogo. Só que, dessa vez, a bola não passou para Ronaldo e o golo foi
correctamente anulado.
O que interessa sublinhar é que a equipa tem reagido bem a
diferentes modos de jogar dos adversários. Desta vez teve mais posse de bola e
obrigou o adversário a cansar-se correndo atrás dela. E sabe-se como em futebol
custa correr sem bola – cansa muito mais.
Agora só resta esperar o resultado do França-Espanha para
saber qual o adversário. Portugal nunca ganhou a França em jogos oficiais, mas
já ganhou a Espanha. Se o próximo adversário for a Espanha, parece que a melhor forma de jogar contra
ela é como fez a Croácia. Nem nos jogos do Mundial, com excepção da surpreendente
Suíça, a Espanha encontrou um adversário tão difícil de bater como a Croácia.
Portanto, o mais aconselhável é copiar…
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REPÚBLICA CHECA -O - PORTUGAL - 1
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