quinta-feira, 7 de junho de 2012

SELECÇÃO: QUEM DEVE RESPEITO A QUEM?



AS RESPOSTAS À CRÍTICA



Manuel José voltou à carga e desta vez ainda com mais propriedade do que na vez anterior. Chamou a atenção para a exibição ostentatória de riqueza num país onde a pobreza aumenta todos os dias. Claro que os jogadores ganham muito dinheiro, claro que a maior parte deles vive num mundo irreal – dramaticamente tornado real, quando arrumarem as botas, para muitos deles -, claro que há vedetismo excessivo e nefasto de alguns. Só que Manuel José nem esses critica, porventura porque sabe melhor do que ninguém, que alguns deles completamente inebriados pela fase da vida que estão a viver nunca iriam compreender. O que Manuel José faz, e bem, é imputar à Federação a responsabilidade por aquele e outros espectáculos. Quem manda é que tem de velar por comportamentos públicos condizentes com a dignidade da função que estão a desempenhar.

E Manuel José poderia ter dito mais. Poderia ter falado na borrada de Ronaldo quando se dirigiu ao Presidente da República. Conhecendo-se como toda a gente conhece as limitações de Ronaldo e a profunda egolatria em que obcecadamente vive, alguém deveria ter explicado a Ronaldo como é que uma pessoa na situação dele – capitão de equipa – se dirige ao Presidente da República. Não se trata de respeitar Cavaco Silva ou de simpatizar com ele. Não é nada disso, apenas e só respeito pela função!

As respostas que vieram de dentro da selecção não são convincentes. Nem sequer adianta falar de Eduardo, já que não era certamente a pessoa mais indicada para responder, apesar de o que disse fazer algum sentido: “No fim prestaremos contas”. Pois, só que no fim pode ser tarde.

Jesualdo Ferreira veio dizer que hoje a profissão tem obrigações a que se não pode fugir, por mais incómodas que sejam. Certamente, mas não iam nesse sentido as críticas de Manuel José, nem o papel do treinador é o de ter de aceitar tudo o que lhe queiram impor. Certamente, Jesualdo estará hoje mais “domesticado”. Vá-se lá saber porquê…

E por fim veio Humberto Coelho exigir respeito. Quem tem de exigir respeito somos nós e não eles. Eles estão lá numa função representativa voluntária da qual tiram bom proveito. Temos, portanto, o direito de exigir uma boa representação. Claro que Humberto Coelho defende o lugar e a estrutura. E não será por ele que as coisas vão deixar de tomar o rumo que se antevê. Se quem o lá pôs estava à espera de coisas diferentes que se desiluda. Mas isto já é outra conversa….


Sem comentários: