AS RESPOSTAS À CRÍTICA
Manuel José voltou à carga e desta vez ainda com mais
propriedade do que na vez anterior. Chamou a atenção para a exibição
ostentatória de riqueza num país onde a pobreza aumenta todos os dias. Claro
que os jogadores ganham muito dinheiro, claro que a maior parte deles vive num
mundo irreal – dramaticamente tornado real, quando arrumarem as botas, para
muitos deles -, claro que há vedetismo excessivo e nefasto de alguns. Só que
Manuel José nem esses critica, porventura porque sabe melhor do que ninguém, que
alguns deles completamente inebriados pela fase da vida que estão a viver nunca
iriam compreender. O que Manuel José faz, e bem, é imputar à Federação a
responsabilidade por aquele e outros espectáculos. Quem manda é que tem de
velar por comportamentos públicos condizentes com a dignidade da função que
estão a desempenhar.
E Manuel José poderia ter dito mais. Poderia ter falado na borrada de Ronaldo quando se dirigiu ao
Presidente da República. Conhecendo-se como toda a gente conhece as limitações
de Ronaldo e a profunda egolatria em que obcecadamente vive, alguém deveria ter
explicado a Ronaldo como é que uma pessoa na situação dele – capitão de equipa –
se dirige ao Presidente da República. Não se trata de respeitar Cavaco Silva ou
de simpatizar com ele. Não é nada disso, apenas e só respeito pela função!
As respostas que vieram de dentro da selecção não são
convincentes. Nem sequer adianta falar de Eduardo, já que não era certamente a
pessoa mais indicada para responder, apesar de o que disse fazer algum sentido:
“No fim prestaremos contas”. Pois, só
que no fim pode ser tarde.
Jesualdo Ferreira veio dizer que hoje a profissão tem
obrigações a que se não pode fugir, por mais incómodas que sejam. Certamente,
mas não iam nesse sentido as críticas de Manuel José, nem o papel do treinador
é o de ter de aceitar tudo o que lhe queiram impor. Certamente, Jesualdo estará
hoje mais “domesticado”. Vá-se lá saber porquê…
E por fim veio Humberto Coelho exigir respeito. Quem tem de
exigir respeito somos nós e não eles. Eles estão lá numa função representativa
voluntária da qual tiram bom proveito. Temos, portanto, o direito de exigir uma
boa representação. Claro que Humberto Coelho defende o lugar e a estrutura. E
não será por ele que as coisas vão deixar de tomar o rumo que se antevê. Se quem
o lá pôs estava à espera de coisas diferentes que se desiluda. Mas isto já é
outra conversa….
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