UM CLUBE PARTIDO
O Sporting saiu das eleições pior do que estava. Onde antes havia adversários, agora há inimigos. Venceu a continuidade representada por Godinho Lopes que reuniu à sua volta o essencial da nomenklatura sportinguista. Desde os descendentes de uma velha aristocracia hoje pouco menos que simbólica, passando pelos estractos de uma alta e média burguesia, ligada aos grandes negócios, até à banca, de que o clube depende e que de muito perto o vigia, estava lá tudo.
4511 votantes, o número pode ainda voltar a mudar, chegaram a Godinho Lopes para suplantar por umas escassas três centenas de votos os 6047 sócios que votaram em Bruno de Carvalho. Bruno de Carvalho dado como vencedor às quatro e tal da manhã de domingo foi considerado derrotado cerca de uma hora mais tarde. Dos festejos da vitória à intervenção da polícia de choque foi uma pequena distância que os frustrados apoiantes de Bruno de Carvalho não conseguiram superar.
Presidente amplamente minoritário em número de votantes e, futuramente, em apoiantes, Godinho Lopes tem poucas hipóteses de se aguentar, tanto mais que, ainda esta época, os adeptos podem ver o Sporting, com três deslocações muito difíceis, a Braga, ao Porto e a Guimarães, ser ultrapassado pelo Braga e, quiçá, pelo Guimarães.
Se a impugnação das eleições por Bruno de Carvalho, com fundamento em irregularidades múltiplas, aliada à natureza minoritária do seu voto, já eram motivos mais do que suficientes para que Godinho Lopes ficasse apreensivo, a possível, ou até provável, desastrosa carreira do equipa de futebol até ao fim da época, podem levar a que haja repetição do acto eleitoral muito em breve.
Uma situação a seguir com atenção…
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