quinta-feira, 24 de março de 2011

A CAMPANHA ELEITORAL NO SPORTING - UMA TRISTEZA


SPORTING A IMAGEM DO PAÍS

É muito penoso assistir a um debate entre os candidatos a presidente do Sporting Clube de Portugal.
Cinco candidatos, nenhuma ideia. Cinco candidatos, cinco treinadores. Cinco candidatos, cinco promessas de luta pelo título na próxima época.
Sobre como conceber o clube, nenhuma ideia. Sobre o actual estado do clube, quase nenhuma palavra.
Assim, vai ser difícil chegar a bom porto. Percebe-se que o estado do clube é mau, talvez péssimo. Alguns falam em auditoria externa para saber o estado das coisas. Depreende-se que não há dinheiro e que há muitas dívidas.
Não haver dinheiro num clube de futebol é normal. O endividamento é que já pode constituir um problema.
O tal modelo que Roquete introduziu no clube parece ter dado resultados idênticos ou muito parecidos com os que resultaram para Portugal das várias políticas económicas a que tem estado sujeito. O Sporting tal como o país está descapitalizado e endividado.
E nenhum dos candidatos abordou seriamente o modelo de clube que quer construir. Têm todos uma vaga ideia de que o Sporting deve lutar pelo título e por ai se ficam.
Bruno de Carvalho trouxe a ideia do fundo constituído por capitais russos, mas isso, se se vier a verificar, terá mais a ver com um negócio que tem como objecto a valorização de jogadores – investe-se em jogadores e na medida em que o investimento seja rentável, ele acabará por favorecer os “investidores” e o clube - do que propriamente com o futuro do clube e o seu modelo. É pouco, e principalmente é pouco seguro. Um clube pode ter também um fundo desta natureza a apoiá-lo, mas um clube não pode apenas apoiar-se num fundo destes.
Godinho Lopes é a imagem fiel da continuidade, além de que dá toda a ideia de não perceber nada de futebol. E não tem dinheiro, nem forma de o ir biscar.
Pedro Baltazar, arrogante, a roçar o violento, parece mais interessado no negócio do que no Sporting.
Dias Ferreira, também muito ligado ao passado, com grande paixão clubista, não tem “rasgo” para criar uma coisa muito diferente daquela que existe, embora perceba de futebol mais que todos os restantes,
Abrantes Mendes é o típico sportinguista que gostaria de ter alguém que soubesse dirigir bem o clube, em vez de se ter de ser ele a meter-se em disputas para as quais não está muito vocacionado e cuja principal mais-valia é a sua boa vontade.
Ganhe quem ganhar, assim, o Sporting não voltará a ser o que já foi.

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