quinta-feira, 24 de junho de 2010

ITÁLIA ELIMINADA




PARAGUAI E ESLOVÁQUIA APURADOS

Depois da França, a Itália é a segunda grande selecção europeia eliminada no Mundial 2010. Vários são os factores que explicam a decadência do futebol europeu. Se bem repararmos, as grandes vedetas do futebol na actualidade são originárias dos grandes países emergentes da América Latina e também da África. Poucos são aqueles que, oriundos da Europa, podem, a justo título, ostentar esse epíteto.
É verdade que ainda há algumas boas escolas de formação na Europa. Mas são poucas e cada vez os clubes estão menos dispostos a investir na formação, quando podem, sem grande esforço, encontrar pequenos génios no Brasil e na Argentina a preços convidativos, principalmente de revenda.
Mas há outras causas. O fracasso do futebol europeu é também a imagem de uma Europa em decadência e em crise.
Em primeiro lugar, crise demográfica que se reflecte em todos os domínios da vida europeia e, portanto, também no futebol. Mas depois há uma crise de identidade cada vez mais manifesta nos países de forte imigração que não souberam integrar devidamente e sem hipocrisias os filhos dos imigrantes que colmataram, e que continuam a colmatar, a forte lacuna demográfica de que a Europa padece. O caso francês é o mais evidente.
Mas há ainda outras causas, como a corrupção na Itália, que tem corroído o futebol, mais do que em qualquer outro país por ser um país que não exporta jogadores.
A política seguida na Europa, pelos grandes clubes, de através da venda dos direitos televisivos para todo o mundo, da marchandising e da comercialização dos direitos de imagem das principais vedetas pagarem o seu custo, indo contratá-las onde quer que elas existam e os demais factores antes enunciados têm, no seu conjunto, dado um rude golpe no futebol europeu.
Hoje, a Itália perdeu com a Eslováquia num jogo em que se viu uma equipa italiana a cometer erros defensivos impensáveis noutras ocasiões. Aquela Itália que noutros campeonatos se “arrastava” e depois chegava à final tinha uma imagem de marca para o seu futebol feio. E essa imagem era a solidez defensiva. Perdendo esta solidez, à Itália não resta mais nada. Apenas a sorte, que esteve a ponto de a bafejar no último segundo do jogo.
O campeão de há quatro anos regressa a casa com dois pontos e cinco golos sofridos!
O Paraguai é a equipa porventura mais “europeia” da América Latina e até talvez a mais “italianizada”. Foi jogando com o resultado do jogo da Itália e contendo o jogo da Nova Zelândia, que, apesar da vontade dos seus jogadores, também não tinha argumentos para muito mais. É certo que a NZ estava apenas a um golo da passagem aos oitavos de final, desde que esse golo representasse a vitória, mas não fez muito para o alcançar ou não pôde fazê-lo, o que talvez seja mais correcto.
A NZ termina a sua participação sem derrotas, com três pontos, à frente da Itália, tendo demonstrado nos três jogos uma grande vontade e um enorme sentido colectivo. Foi uma participação digna e honesta.
Cardozo sem Jorge Jesus no comando é um avançado sem chama…

Itália 2 – Eslováquia 3;
Paraguai 0 – Nova Zelândia 0

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